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Sábado, 20 de julho de 2024

Notícias | Economia

Fazenda deve ter dificuldade para controlar preços no ano

Segundo especialistas consultados pelo DCI o governo tem tido sérias dificuldades para controlar o indicador oficial, medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e que há riscos reais de ultrapassar o teto da meta, atualmente em 6,5%.


Para o consultor da Méthode, Adriano Gomes, o índice de preços tem sido pressionado por três fatores principais: aumento do preço do dólar, a oferta escassa e os altos gatos do governo. "Os estados Unidos apenas sinalizou o enxugamento e o dólar ficou mais caro. O Brasil foi pego no contrapé, as commodities em baixa e os produtos que nós importamos como o petróleo aumentaram. Também temos debatido sobre as contas publicas que estão sendo mal geridas e na outra ponta o descompasso entre oferta e procura", disse.

Gomes chama a atenção para o fato de que o item petróleo também tem sido responsável por uma maior dificuldade na queda do índice. "Petróleo é o grande vilão da balança comercial, se continuarmos com uma importação forte e dólar alto isso terá um efeito nocivo no cenário inflacionário", completou.

O economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Nicola Tingas, está um pouco mais otimista e acredita que o índice oficial deva chegar a 5,8%. "Eu trabalho com a expectativa de que o ritmo de atividade ainda seja baixo no segundo semestre. As famílias ainda estão muito endividadas, e com um consumo realmente fraco, é provável que a gente permaneça assim. Eu sinto que vai ter uma curva de acomodação dentro dos patamares altos em função do ambiente macroeconômico", disse.

Ao ser questionado sobre qual o maior item que deve pressionar a inflação, o especialistaafirma que há uma grande dispersão das altas e que as pressões vão muito além de alimentos e do choque agrícola do início do ano. "A inflação já ganhou uma dinâmica importante ela está mais inercializada, o que a torna mais difícil de ceder", completou.

A única possibilidade de controle da inflação para os especialistas é a atuação do Comitê de Política Monetária (Copom) na alta de juros. Essa é "a única maneira de paralisar o movimento de consumo pois o crédito já está no gargalo e ele é afetado pelas taxas de juros, qualquer outra politica de enxugamento de crédito não tem possibilidade real de curto prazo", colocou o consultor.

Inflação São Paulo

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) fechou o mês de junho com alta de 0,32%. O indicador mostra uma apreciação considerável em relação ao registrado mês passado, quando a alta foi de 0,10%. No acumulado do ano, o indicador registrou 1,89% e no acumulado em 12 meses 5,2%.

O que mais pressionou o dado no mês passado foi o item transporte, com uma alta de 0,92%, seguido por habitação com 0,33%, despesas pessoais com 0,31% e vestuário com 0,23%. O item saúde sofreu uma apreciação de 0,19% e educação com 0,01%. O único item que teve queda nos preços foi alimentação com 0,05% negativo.

Capitais

Também foi divulgado ontem o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que analisa os preços de sete capitais brasileiras. A maior queda entre a terceira e a quarta semana do mês passado foi em Belo Horizonte, o índice passou de 0,07% para -0,10%.

A cidade de Recife também registrou queda saindo de 0,28% para 0,17%. A capital paulista saiu de 0,47% para 0,43% e a cidade de Brasília de 0,33% para 0,31%. Porto Alegre teve queda de 0,01% ao passar de 0,41% para 0,40%.

Salvador e Rio de Janeiro foram as cidades que registraram alta do índice. A capital baiana passou de 0,15% para 0,32% e a capital fluminense de 0,49% para 0,50%. O IPC-S geral foi divulgado na última segunda-feira e teve alta de 0,35% no mês, queda ante os 0,37% registrado em maio.
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