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Domingo, 21 de julho de 2024

Notícias | Economia

País caminha para nova safra recorde, 16% superior a 2012

De acordo com dados do IBGE divulgados ontem, a estimativa da safra para o ano é de 187,9 milhões de toneladas, 16,1% superior à de 2012.


A estimativa é que a Agricultura seja responsável por um saldo de US$ 80 bilhões na balança comercial até o final do ano. Nos seis primeiros meses, os produtos agrícolas corresponderam a cerca de 45% das exportações. "O saldo comercial Agrícola salvará a balança comercial, com o reflexo também nas reservas cambiais", avalia o ex-ministro de Agricultura, Roberto Rodrigues.

Ele destaca que no primeiro trimestre a Agricultura cresceu 9,7% no PIB, que por sua vez teve alta de 0,6%. De acordo com o IBGE, o recorde da safra é puxado por Soja e Milho, as principais commodities agrícolas da pauta de exportações do País. Nos dados do IBGE, a área total a ser colhida apresenta acréscimo de 8,2% em relação a 2012. Em volume, a Soja tem aumento de 23,8% e o Milho de 19,6% - impulsionado, sobretudo, pela segunda safra.

"Sem a produção, nossa ba-lançateriaum déficit de US$ 50 bilhões", avalia o economista Fábio Silveira, da consultoria Go Associados.

A plantação realizada na mesma área da Soja, após a colheita, supera pela primeira vez a produção da primeira safra. "Antigamente, essa era chamada de safrinha. Com a tecnologia encurtando os ciclos da Soja e do Milho, hoje se consegue uma produção maior que a primeira", explica o coordenador da pesquisa, Mauro Andreazzi.

Mato Grosso é o principal produtor. O estado, entretanto, enfrenta gargalo logístico. "Há armazéns cheios, safra exposta a céu aberto e carga que não consegue embarcar no Porto pois os terminais ainda estão com Soja." A expansão da safra também esbarra no preço das commodities. Para Fábio Silveira, a tendência é de baixa nos preços, sobretudo do Milho, por conta da boa safra americana.

Por outro lado, a queda do preço de exportação provoca uma ampliação da oferta interna e ajuda a conter a pressão inflacionária. "Se o preço cai, isso tem impacto para o consumidor interno. Isso é favorável para economia, mas não é bom para o setor", avalia Lucílio Alves, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da USP.

Fábio Silveira também alerta para um equilíbrio dos resultados do Milho com a queda de produtos como algodão, café e laranja. "São vetores importantes para derrubar a importância da alta de Soja e Milho."Na comparação com julho de 2012, o algodão registra queda da produção de 30,6% em função do excesso de estoque das safras passadas e do baixo preço no mercado internacional.
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