Mesmo sendo um Porto relativamente pequeno - com cais acostável de 780 metros de comprimento e 43 pés de profundidade máxima, canal de acesso com 9,3 milhas de extensão, 150 metros de largura e 13 metros de calado, além de um terminal público e um privado, o Terminal Portuário Santa Catarina, - o Porto de São Francisco do Sul figura como um dos mais eficientes do País. O protagonismo veio depois de investimento de R$ 250 milhões, nos últimos cinco anos, em reformas de berços e obras de dragagem.

Uma pesquisa elaborada pelo Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), realizada em julho deste ano, revelou que o Porto é aquele que tem melhor avaliação entre os usuários no País.

A Administração do Porto de São Francisco do Sul (APSFS) atribui o resultado a uma parceria na realização de investimentos entre poder público e o único Terminal de Uso Privado (TUP) que opera no Porto. "O Porto tem reformado seus berços, foi todo dragado para 14 metros e tivemos alargamento dos acessos pelo Plano Nacional de Dragagem, há cerca de dois anos. Isso permite que receba navios de última geração" explicou ao DCI o presidente da APSFS, Paulo César Côrtes Corci. "Estamos falando de um investimento da ordem de R$ 150 milhões em dragagem e instalações, além de outros R$ 100 milhões na iniciativa privada nos últimos 5 anos".

Para o especialista do Ilos responsável pela pesquisa, Paulo Fleury, o fato de se tratar de Porto menor, em área e movimentação, na comparação com o Porto de Santos, por exemplo - o maior da América Latina e que apresentou os piores resultados - pode influenciar na opinião dos usuários. "Um Porto menor pode atender melhor aos usuários, dependendo da localização, da necessidade do empresários", declarou. "O Porto é muito influenciado pela burocracia, pelo número de docas, pela velocidade de carga e descarga. O armador quer passar o mais rápido possível pelo Porto e sair, e nisso São Francisco do Sul foi muito bem avaliado pelos usuários entrevistados".

Acessos

O sucesso do São Francisco do Sul em relação à opinião dos usuários se deve, além dos investimentos, aos acessos por diferentes modais: o rodoviário, a Joinville, maior cidade do estado catarinense, é feito pela BR 280, num percurso de 40 quilômetros. Já o acesso ferroviário se dá pela estrada de ferro 485, que liga São Francisco do Sul à cidade de Mafra, distante 167 quilômetros.

"Trata-se de uma ligação Ferroviária importante, gerenciada pela ALL Logística, para o transporte de granel de exportação, que transporta entre 60% e 70% do total de granéis movimentado pelo Porto", explicou Corci, lembrando que o trecho, em obras, teve os trabalhos paralisados. " O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) ainda está atuando, diminuindo a quantidade de passagens de níveis nesse trilho. A obra foi paralisada mas deverá ser retomada neste ano".

"Existe ainda outra ligação Ferroviária prevista, dentro do Programa de Investimento em Logística (PIL) do governo federal, com o Oeste de Santa Catarina, para o transporte de cargas frigoríficas, já que o estado é o maior exportador desse tipo de mercadoria".

A partir da cidade de Mafra já é possível acessar a malha Ferroviária que se conecta com São Paulo e Porto Alegre. Também há conexão com a rede Ferroviária que corta o Paraná no sentido oeste, um dos mais importantes corredores de grãos do País.

Além disso, o Porto tem nas suas proximidades três aeroportos: o de Joinville, distante 60 quilômetros, e o de Navegantes, que fica a 100 quilômetros. Ambos são servidos por linhas aéreas domésticas que os interligam com o Brasil e o mundo.

A terceira opção é o Aeródromo de São Francisco do Sul, a apenas oito quilômetros, que possibilita o uso de pequenas aeronaves particulares em sua pista de mil metros.

Movimentação

Além do bom resultado relativo à opinião dos usuários, o Porto fechou o primeiro semestre de 2013 com aumento de 18% na movimentação geral de mercadorias, em comparação ao mesmo período do ano passado.

De janeiro a junho de 2012, o Porto movimentou 5.2 milhões de toneladas, frente a 6 milhões de toneladas no mesmo período deste ano.

No acumulado das exportações, o aumento foi de 26% em relação ao mesmo período de referência. De 3, 2 milhões para 4 milhões de toneladas.

Entre as mercadorias que se destacaram em resultados percentuais, estão o Milho em grãos com avanço de 577%, de 100 mil para 683 mil toneladas. Já a exportação dos refrigerados, cresceu 19%, de 5 mil para 6 mil toneladas.

As bobinas de aço tiveram alta de 5% em exportações, atingindo pouco mais de 36 mil toneladas.

Nas importações (de janeiro a junho), o acréscimo foi de 25%, de 661 mil para 829 mil toneladas.