Olhar Agro & Negócios

Domingo, 21 de julho de 2024

Notícias | Economia

Café especial de Minas atrai compradores australianos

Tem australiano de olho no café mineiro. Ontem, no segundo dia da Semana Internacional do Café, que acontece até a próxima sexta-feira, em Belo Horizonte, o café especial de São Gonçalo do Sapucaí, Sul de Minas, chamou a atenção durante as rodadas de negócios realizadas pelo Sebrae-MG. Por enquanto, foi apenas uma sondagem, mas, se o negócio se concretizar, o produtor conseguirá vender por quase o dobro do atual preço do mercado interno.


“Não fechamos ainda, mas a expectativa é grande porque eles gostaram das nossas amostras. É muito bom, pois o preço do café especial compensa parte das perdas que tivemos no mercado nacional”, disse o produtor Jarbas Lopes, do sítio Bela Vista, de onde saiu a amostra que agradou os australianos.

Segundo ele, enquanto uma saca de café comum é vendida por R$ 280, uma saca de café especial custa, no mínimo, R$ 500. “Hoje eu produzo cerca de 60% de cafés especiais e 40% do comum. Estamos sempre procurando qualificação para o produto, que está tendo um aumento na procura. Isso pode ser percebido nos próprios supermercados, que antes nem tinham cafés especiais nas prateleiras, mas hoje vendem”, observa Lopes.

O analista de Acesso a Mercados e Relações Internacionais do Sebrae-MG, Júlio Júnior, explica que o café de São Gonçalo do Sapucaí está entre 72 amostras que serão experimentadas pelos compradores em potencial. “Por dia, 18 amostras são apresentadas. São cafés especiais, com alta qualificação, que foram selecionados entre 164 amostras inscritas.”

Além dos australianos, norte-americanos, holandeses e suecos vieram a Belo Horizonte conferir a qualidade do café mineiro. “Recebemos 24 compradores, sendo 60% internacionais. É um evento muito importante para divulgarmos o nosso café para o mundo. Precisamos fazer mais marketing. O café da Colômbia, por exemplo, não é o melhor do mundo, mas ganha visibilidade com propaganda”, diz Júnior.

Associação Brasileira do Café vai ampliar “Selo de Pureza”

A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) vai ampliar, no próximo ano, seu programa “Selo de Pureza”, que visa combater fraudes na matéria-prima utilizada na fabricação do café torrado e moído.

O diretor-executivo da entidade, Nathan Herszkowicz, disse que o número de amostras analisadas pelos laboratórios credenciados pelo programa passará das atuais 2.800 para 6.000 em 2014.

Herszkowicz afirmou que o objetivo é levar o programa a todo território brasileiro e fiscalizar todas as marcas comercializadas no varejo. Atualmente o programa tem 457 empresas e 1.132 marcas certificadas com o selo.

Segundo a Abic, nos últimos 12 meses foram registrados 496 casos de impurezas (acima de 1%), dos quais 11% são associados à entidade.

CNC concorda em discutir liberação da importação

A importação de cafés para compor os blends, assunto considerado tabu pelos cafeicultores brasileiros, pode voltar a ser discutido no âmbito do governo. O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), deputado federal Silas Brasileiro (PMDB/MG), disse que atualmente existe maturidade no setor para discutir a liberação das importações de café em regime de drawback, isto é, para processamento visando a exportação.

Silas explicou que a importação de café deve ser em volume limitado e disse ser necessário “controle absoluto para evitar a entrada de pragas e doenças”. Ele reconhece que para os cafeicultores brasileiros, por serem os maiores produtores do mundo, é difícil aceitar a liberação da importação, mas disse que “é importante para a balança comercial” do país.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
Sitevip Internet