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Domingo, 21 de julho de 2024

Notícias | Economia

Demanda por etanol é puxada por Nordeste

Os consumidores do Norte e Nordeste do País devem continuar sendo a locomotiva da demanda nacional por combustível e, consequentemente, por etanol tanto na mistura com a gasolina (anidro) como na venda do álcool direto na bomba (hidratado). A perspectiva foi divulgada ontem pela consultoria Datagro.


Desde 2009 até julho deste ano, o consumo de gasolina B, com mistura obrigatória de etanol anidro de 25%, cresceu 56,6% nas Regiões Norte e Nordeste, enquanto o crescimento nacional ficou bem abaixo, em 26,8%. Já o consumo de etanol hidratado caiu nesse período em todas as regiões do País por causa da crise internacional. Mas, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as duas regiões voltaram a ter participação acima de 8% dentro do consumo nacional de etanol hidratado neste ano.

O consumo de combustível no Norte do País temcrescido não só como resultado das políticas de distribuição de renda,como também da expansão da fronteira
agrícola naregião, segundo Plinio Nastari, presidente da Datagro.

Porém, a oferta regional anda na contramão. A produção sucroalcooleira no Nordeste, que começou neste mês, sofrerá uma quebra por causa da seca do último ano. A última estimativa da consultoria é de quea região moa 50,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e produza 1,59 bilhão de litros de etanol. Comparando com os números da safra passada, a perspectiva é que as usinas nordestinas produzam 15% menos volume de etanol.

Abastecimento

“Essa expansão do consumo mais acelerado nas Regiões Norte e Nordeste vai representar necessidade de transferência”, aponta Nastari. As compras de etanol deverão ser feitas tanto de outras regiões produtoras de cana do País como de outros países, como os Estados Unidos, que produzem etanol a partir do milho. Nastari estima que o Nordeste receberá, das usinas do Centro-Sul, 1,86 bilhão de litros no ano-safra 2013/2014, o que representa um acréscimo de 460 milhões de litros de etanol com relação à transferência observada no período anterior. Disso, 80% é do etanol para misturar à gasolina. A demanda nordestina favorece usinas até então consideradas mal localizadas. Segundo Nastari, “quem fará essas transferências serão as usinas da franja do Centro-Sul, de Goiás, Mato Grosso e do norte de Minas Gerais”, localidades que até então eram consideradas ruins por causa da distância dos portos de Santos e de Paranaguá para exportação.

Etanol importado

O abastecimento do mercado nordestino também deverá ser garantido porimportações. ADatagro estima que a região comprará450milhões delitrosdobiocombustível, o que representa 90% do total que o País deve importar neste ano safra. A importação de etanol, que ocorre todo ano para garantir o abastecimento do mercado interno principalmente na entressafra, neste ano deverá menor que no ano passado, segundo Nastari. A estimativa é que as importações alcancem no máximo 520 milhões de litros.
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