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Terça-feira, 23 de julho de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Agricultores e pecuaristas sofrem os prejuízos causados pela chuva no ES

O tempo firmou, mas os agricultores do Espírito Santo continuam a sofrer com os prejuízos causados pela chuva que caiu perto do Natal.


Muitas áreas ainda estão alagadas, animais morreram afogados, lavouras foram perdidas e produtores estão sem saber por onde recomeçar.

No céu, o sol já voltou a brilhar e já não têm mais nuvens carregadas. Na terra, o resultado foi causado por dias de chuvas torrenciais que, só na zona rural, causaram um prejuízo de mais de R$ 300 milhões.

Dos 78 municípios do estado, 54 enfrentaram problemas sérios com tanta água. Casas desabaram, outras foram arrastadas, 24 pessoas morreram e ainda hoje se vê muita destruição.

Mesmo com a estiagem dos últimos dias, algumas áreas ainda estão isoladas, caso de uma pequena comunidade no município de Baixo Guandu, divisa com Minas Gerais. O momento da inundação ainda está vivo na memória das pessoas.

Santa Maria de Jetibá é um município importante produtor de ovos e hortaliças. Entre 25 de novembro e 25 de dezembro choveu 1,40 mil milímetros, enquanto nos outros 11 meses do ano juntos choveu apenas 840 milímetros. Boa parte da chuva caiu de forma concentrada nos quatro, cinco dias que antecederam o Natal, trazendo prejuízo para todo lado. Uma pane na rede elétrica piorou ainda mais a situação.

Pelos cálculos do secretário de Agropecuária de Santa Maria de Jetibá, Manfredo Krûger, cerca de 200 mil galinhas poedeiras morreram em todo o município.

Menos ovos e menos hortaliças. A chuva deixou imprestável a produção de pelo menos 180 hectares. Em 25 anos de trabalho na roça, o produtor Givanildo Wolfgramm nunca tinha visto algo parecido. Ele perdeu 5 mil pés de alface.
Quando a chuva chegou, a colheita na lavoura de tomate do Adenilson Uliana tinha começado fazia poucos dias. Só deu tempo de colher 8 mil das 60 mil caixas previstas para a safra de verão. Ele até tentou aproveitar alguma coisa depois das chuvas, mas o mercado rejeitou o produto, o dele e o dos parceiros.

Rumo ao norte do estado, no município de Linhares ainda há muita área alagada, devido às terras planas da região e também ao grande volume de água que se acumulou na foz do Rio Doce.

O cocho de sal continua ilhado, a porteira inundada e o que era pastagem mais parece um pântano. A fazenda Eldorado tem 900 hectares e ficou totalmente debaixo d´água. Até a área onde estão as casas, as construções, foi inundada e tudo aconteceu em aproximadamente cinco horas.

O prejuízo, somando animais mortos, pastagem perdida e estragos nas construções, deve chegar a R$ 500 mil.
Não bastasse o prejuízo com a inundação, o criador Vanderlei Ceolin teve que arrendar uma área alta em outra propriedade para levar parte dos animais retirados. O valor gasto hoje com aluguel de pasto chega a R$ 40 mil por mês.
O agrônomo José Roberto Fontes, especialista em produção vegetal, explica porque a inundação causa tanto estrago nas pastagens e como vai ser o processo de recuperação.
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