A colheita da cana-de-açúcar sem uso do fogo atingiu 72,6% dos canaviais do Estado de São Paulo na safra 2012/13, segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente. O porcentual equivale a 3,38 milhões de hectares de canaviais, área igual a 22 cidades do porte de São Paulo. Mesmo assim, 1,28 milhões de hectares ainda foram queimados no Estado, principalmente nas regiões de Sorocaba e Ribeirão Preto. Na safra passada, a colheita mecanizada chegara a 65% dos canaviais.

De acordo com a Secretaria, desde o início do projeto Etanol Verde, em 2007, foram poupados do fogo 5,53 milhões de hectares de cana, deixando de ir para a atmosfera 20,6 milhões de toneladas de poluentes - equivalentes à poluição de 59 mil ônibus durante um ano. O projeto consiste em protocolo assinado pelas usinas e associações de produtores para antecipar o fim da queima da cana no Estado. A lei estadual 11.241/02 prevê parar a queima em 2021 nas áreas planas e em 2031 nos terrenos inclinados. Pelo protocolo, o não uso do fogo é antecipado, respectivamente, para 2014 e 2017.

Das 314 usinas paulistas, 164 aderiram ao protocolo. Representantes das signatárias reclamam da falta de ação do governo para compelir as demais a reduzir a queima. De acordo com a Secretaria, as outras 150 usinas estão em processo de certificação para serem incluídas no acordo. Também assinaram o protocolo 29 associações de produtores de cana espalhados pelo Estado.

Pequenos produtores têm dificuldade em realizar a colheita mecanizada em razão do alto custo da colhedora. Desde 2006, no entanto, o número de colhedoras de cana no Estado saltou de 753 para 3.074. Algumas usinas utilizam a palha da cana colhida para gerar energia. De acordo com a Secretaria, 50% da palha gerada na safra passada seriam suficientes para suprir 31% do consumo residencial do Estado.