Na região sul, onde as temperaturas ficaram abaixo de zero, foram detectadas perdas de até 90% nas pastagens por causa das geadas consecutivas. Como as últimas chuvas foram registradas no fim de junho, o resultado foi a queima das gramíneas. Em fazendas na região de Jaraguari, por exemplo, alguns bovinos estão sendo alimentados pelos peões que levam grama e sal, além de água para os animais mais debilitados.

Os danos foram mais intensos em fazendas no sul do Estado, como no município de Amambai, onde os termômetros marcaram -2° e as geadas cobriram os campos por três dias, segundo a reportagem de Rosana Siqueira. De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Amambai, Diogo Peixoto, desde 1975 os produtores não viam uma geada tão forte. “A geada afetou até mesmo os lugares mais altos e onde havia pasto de boa qualidade”, frisou. O município tem rebanho estimado em 300 mil cabeças de gado.

Ele destaca que as fazendas tinham uma boa oferta de forragem e a geada queimou tudo. “Agora os produtores estão torcendo para que não chova para usar a palha seca que sobrou para alimentar o gado”, destaca. Peixoto, que também é zootecnista, orienta ainda que, nesses casos, a assistência técnica recomenda que o produtor melhore a alimentação dos bovinos, entrando com sal mineral de qualidade e ureia ou suplementação proteica de alto e baixo consumo.