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Domingo, 21 de julho de 2024

Notícias | Ecologia

Seminário em São Paulo debate sobre o futuro da água no país

Nesta terça, dia 20, foi realizado em São Paulo, o Seminário “Água e Agricultura”, que reuniu especialistas em recursos hídricos e recuperação de mananciais. A preocupação com o abastecimento de água para agricultura vem crescendo no Brasil, motivada também pela aplicação do Código Florestal Brasileiro. O país ainda está longe dos índices positivos de países com os Estados Unidos, mas exemplos positivos começam a se multiplicar.


O produtor Vanderlei Rodrigues nasceu e cresceu no meio da propriedade rural, em Araras no interior de São Paulo. Há 20 anos,quando a preocupação com o meio ambiente não era tão discutida, largou na frente. Recuou a lavoura cerca de 10 metros do córrego.

Agora, para se adaptar ao novo Código Florestal não vai precisar de muito. Como a propriedade tem menos de quatro módulos, ele vai ter que reflorestar oito metros, a área de preservação permanente.

– Vamos ter nos preocupar menos, pois já temos uma faixa em recuperação – diz o produtor.

A preservação correta garante o abastecimento dos dois açudes que servem para o gado beber água. A empresa que presta consultoria ambiental para a Rodrigues tem 400 clientes. Segundo o engenheiro florestal, Matheus Guidotti, todos são produtores que precisam equilibrar a produção e o meio ambiente.

– Desde maio de 2012, tivemos muita procura e interesse dos fazendeiros, produtores rurais. Os produtores estão com uma consciência que nos deixa surpresos. O maior ganhador é o meio ambiente – salienta Guidotti.

Esta aproximação do produtor rural com o meio ambiente foi destaque no seminário "Água e Agricultura". Especialistas, organizações não governamentais e representantes do governo debateram a relação direta dos recursos hídricos com a agricultura, maior consumidora de água doce no Brasil.

– O setor governamental precisa acompanhar estas mudanças, além do setor financeiro, setor regulador. Não adianta um fazendeiro, produtor ou mesmo uma empresa tentar mudar a realidade sozinha, processo tem que envolver a sociedade inteira e vai um tempo, mas a gente começou bem – comemora diretor executivo conservação internacional, André Guimarães.

A diretora da Monsanto, Gabriela Burian, trabalha há 5 anos no programa "Produzir e Conservar", parceria da ONG Conservação Internacional com a multinacional Monsanto. O projeto prevê investimentos de US$ 13 milhões no cerrado e na mata atlântica.

– O desafio é longo, pois o Brasil é o maior com megabiodiversidade. Tem na natureza dele que preservar mesmo. O país possui 17% da água fresca do mundo e 3% da população. Tem também o papel de produzir comida para o resto do mundo. Na verdade, passa por muita tecnologia, gerenciamento de sistema. É preciso produzir mais numa mesma área e conseguir preservar mais – destaca.

O superintendente de regulação da Agência Nacional de Águas, Patrick Thomas, falou sobre os desafios para colocar o Brasil em posição de destaque mundial na preservação de recursos hídricos.

– É preciso uma gestão descentralizada, participativa nos comitês, bacia com instrumentos da política, planos de bacias. Só assim nosso país poderá crescer, se desenvolver e não ficar sem água – destaca.
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