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Terça-feira, 02 de julho de 2024

Notícias | Economia

Rússia impõe restrição temporária à importação de carne do Brasil

O Ministério da Agricultura confirmou ontem que o Serviço Federal de Fiscalização Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) está impondo restrição temporária à importação de carnes Suína e bovina do Brasil. São dez frigoríficos com restrições, nove de carne bovina (seis da JBS, dois da Minerva e um da Marfrig) e um de Carne Suína, o Pamplo na (Riosulense), em Santa Catarina.


Em nota, o ministério afirma que a autoridade russa enviou um relatório preliminar da missão de inspeção que esteve no País de 30 de junho a 14 de julho.

"Esse documento será analisado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que fará seus comentários antes da publicação da versão final que será feita pelas autoridades russas", disse o ministério.

Segundo o ministério, o documento russo precisa ser traduzido antes de ser analisado pelos técnicos da pasta. Só depois será possível "avaliar os problemas identificados pelos russos e tomar as medidas necessárias o quanto antes".

Ontem o diretor executivo da Associação Brasileiradas Indústrias Exportadoras de Carne Bovina (Abiec), Fernando Sampaio,informou que nove unidades frigoríficas de produção da proteína foram impedidas de vender à Rússia a partir de 2 de outubro. "De tempos em tempos, as autoridades sanitárias russas decidem colocar restrições temporárias ou maiores controles às unidades brasileiras", disse Sampaio em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Segundo ele, as autoridades russas dizem que há "inconformidade com as normas sanitárias do país". "Eles descrevem o que ocorre com cada unidade.

O que deu para perceber é que eles citam bastante a questão do uso da ractopamina, mas há outras ’inconformidades’." Hoje, há 56 unidades habilitadas para vender à Rússia, mas somente 14 - com o embargo atual - estão totalmente liberadas.

Adicionada à Ração, a ractopamina aumenta a massa muscular e faz com que os animais cresçam com menos gordura. Médicos acreditam que a substância pode provocar doenças, e por isso o aditivo é proibido em 80 países.

Sampaio disse que ainda não é possível calcular o impacto nas vendas do setor. Um dos motivos é que as empresas são bem diversificadas geograficamente e podem atender ao mercado russo por outras unidades.A segunda é que, ao mesmo tempo em que há uma quantidade expressiva de restrições às unidades, a Rússia aumentou a cota às exportações brasileiras de carne bovina.

De acordo com Sampaio, a Abiec está pedindo ao Ministério da Agricultura que reitere as garantias sanitárias dadas aos russos na época das visitas das autoridades do país e brigue por uma reversão da decisão o mais breve possível.

"A Rússia já avisou que independentemente de estar na Organização Mundial de Comércio (OMC) vai continuar usando as suas regras de comércio.

O Brasil é quem tem demostrar a equivalência nesse assunto." Já o presidente da Associação Brasileirada Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Rui Vargas, disse ontem que a restrição temporária ao frigorífico Pamplona (Riosulense) pode afetar os números das exportações,mas é cedo para fazer uma estimativa. / TÁSSIA KASTNER E SUZANA INHESTA

Balanço

10 frigoríficos estão com restrições à venda de produtos à Rússia, sendo nove de carne bovina e um de Carne Suína 80 países proíbem o uso da substância ractopamina
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