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Santa Catarina tem os melhores bovinos da raça Jersey do Brasil

14 Out 2013 - 09:00

MB Comunicação Empresarial/Organizacional

Os melhores exemplares da raça, os resultados da evolução e da seleção dos animais de ponta do Estado de Santa Catarina foram apresentados durante o julgamento dos animais em lactação da raça Jersey, no último sábado (12), na Exposição-feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Chapecó (EFAPI), no parque de exposições Tancredo de Almeida Neves.


O julgamento morfológico é dividido em dez categorias. Na primeira etapa são avaliadas as vacas com um ano de parida, dois anos junior, dois anos sênior, três anos junior e três anos sênior. Destas, cinco categorias são selecionadas a campeã vaca jovem, a reservada campeã vaca jovem e a terceira melhor vaca jovem.

Na segunda etapa são analisados os animais nas categorias: quatro anos, cinco anos, adulta, longeva e seca. Após as classificações, retornam para a pista as vacas selecionadas anteriormente com os títulos de campeã vaca jovem e reservada campeã vaca jovem para disputar o “Grande campeonato da raça Jersey”. O momento mais esperado pelo público, produtores e compradores é do anúncio da grande campeã, da reservada de grande campeã e da terceira melhor fêmea da exposição. A premiação foi em dinheiro para todas as campeãs e troféu.

GRANDES CAMPEÃS

A grande campeã foi uma vaca PO, da Cabanha Diamantina, do município de Irani de propriedade dos irmãos Moacir e Victor Sopelsa. O animal produz 45 litros de leite por dia.

A reservada grande campeã também é de raça pura da Cabanha Diamantina e produz 40 litros de leite por dia. A mesma propriedade foi premiada nas categorias campeã vaca jovem e melhor úbere da região.

De acordo com o proprietário da Cabanha Diamantina, Victor Sopelsa, as premiações representam o resultado do trabalho de 37 anos dedicados à raça. “É muita emoção receber esse reconhecimento”, complementou.

A propriedade possui 50 hectares e um rebanho de 140 animais. Victor ressaltou a dedicação do técnico agrícola, Luciano Loureiro, que atua há 20 anos com a família,. “Escolhemos a raça Jersey pelo tamanho da propriedade e pelo terreno acidentado, uma vez que os animais são mais rústicos. Além disso, trabalhamos 100% com inseminação artificial e transferência de embrião”, complementou. Segundo Sopelsa, os animais de raça pura são comercializados com preço médio de R$ 8 a 10 mil. Com esta premiação o valor comercial amplia para R$ 40 a R$ 50 mil.

A terceira melhor fêmea da exposição é de raça pura, produz mais de 30 litros de leite por dia e veio da capital nacional do Jersey, o município de Braço do Norte. O proprietário da Cabanha Loch, Antenor Loch, relatou que possui tantos troféus que já perdeu as contas, porém na EFAPI é a primeira vez que participa. “Recebo o título com orgulho, porque vim da região Sul do Estado e fomos premiados. Isso representa o trabalho de 27 anos com o gado Jersey e vejo que aumenta nossa responsabilidade de melhorar cada vez mais”, observou.

A Cabanha Loch possui 30 hectares e 130 animais, trabalha apenas com gado puro e inseminação artificial. A principal atividade da família é a suinocultura, com mais de 3 mil animais.

AVALIAÇÃO

O jurado oficial de classificação de pista Altair Valloto enfatizou que os expositores mais qualificados do Estado participaram do julgamento morfológico da raça Jersey. “Foram apresentados os melhores exemplares da raça do Brasil, o que é mérito da organização do evento”, observou.

Para Valloto, a vaca campeã deve ter atributos que a valorizem na pista e na propriedade, pois precisa mostrar a beleza zootécnica da raça. Entre os critérios analisados estão o sistema mamário para ter uma vida longa produtiva; aprumos, que são pernas e pés corretos para ir no campo buscar alimento; garupa larga e nivelada para facilitar no momento do parto e estrutura de força leiteira, que é abertura de peito e costelas e profundidade de corpo. “Esse conjunto faz com que se tenha uma grande campeã, baseada em um modelo ideal de conformação para produção”.

A presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Bovinos (ACCB), Maria Rosinete Souza, relatou que ficou impressionada com a apresentação dos animais. “Na maioria das regiões há um predomínio da raça Holandesa, porém, os produtores fizeram um trabalho surpreendente com a raça Jersey, que refletiu na excelência dos animais”, comentou.

Maria explicou que o trabalho em genética, manejo, nutrição é visualizado na pista durante o julgamento morfológico. “Os produtores estão investindo na raça porque a indústria está exigindo qualidade. O leite da raça Jersey tem mais proteína, gordura e sólidos necessários, que são a matéria-prima que compensa a quantidade”, justificou.

Santa Catarina tem os melhores bovinos da raça Jersey do País porque o Estado é livre de aftosa, o que incentiva os produtores a aprimorarem o rebanho, uma vez que não podem trazer animais de outros Estados.
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