Produtores de leite conseguiram melhorar suas margens de lucro, após longo período de prejuízo, devido ao aumento dos preços recebidos e da estabilidade dos custos de produção, proporcionada pela safra recorde de milho. Um estudo elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) mostra que o Custo Operacional Efetivo (COE) e o Custo Operacional Total (COT) da pecuária leiteira recuaram, respectivamente, 0,27% e 0,08% entre janeiro e agosto deste ano.

A CNA explica que o COE representa os desembolsos diretos do produtor (incluindo gastos com mão de obra, insumos, sementes, medicamentos, sais minerais, reparos de benfeitorias e conserto de máquinas, entre outros), enquanto o COT é a soma dos desembolsos mensais, mais o pró-labore do produtor rural e as depreciações de benfeitorias, máquinas, forrageiras e animais.

Os técnicos comentam que a queda do preço do milho, um dos principais itens que compõem a ração concentrada da dieta das vacas leiteiras, contribuiu para a manutenção dos custos de produção. Segundo eles, a oferta recorde de milho, aliada aos problemas logísticos e de qualidade, reduziu a cotação do grão no mercado interno. Em contrapartida, o preço do farelo de soja subiu em agosto, como resposta à valorização do dólar, ao período de entressafra e ao aumento do ritmo de esmagamento mundial.

O levantamento mostra que a renda dos produtores de leite tem crescido desde o início do ano na Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Estados pesquisados pelo Cepea. "O aumento da demanda interna por lácteos, associada a uma baixa oferta, elevaram os preços do litro do leite, que subiram, entre agosto de 2012 e agosto de 2013, mais de 20% em todas as regiões", informa o estudo.