Alegando dificuldade de venda da carne atuais patamares de preço, agentes de frigoríficos têm se retraído para as compras do boi gordo, sobretudo no mercado paulista. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), pecuaristas, por sua vez, até aceitam negociar a valores menores, mas tentam estabelecer um limite mínimo. Ofertas compradoras a patamares inferiores a este mínimo retraíram a ponta vendedora, resultando em discreta recuperação das perdas que vinham sendo registradas desde o dia 10.

Entre 16 e 23 de outubro, o Indicador do boi gordo Esalq/BM&FBovespa (São Paulo) registrou queda de 0,31%, fechando a R$ 108,18 na quarta, dia 23. No acumulado de outubro, a desvalorização é de 1,84%.

De acordo com a Scot Consultoria, a referência para o boi gordo em São Paulo ficou estável em R$ 108,00 a arroba, à vista, na quarta. Segundo levantamento, houve queda em seis das 31 praças.

No mercado atacadista de carne com osso a demanda segue fraca. A dificuldade das indústrias em escoar a produção vem ocasionando recuos nos preços. O boi casado de animais castrados tem sido vendido, em média, por R$ 6,80 o quilo, queda semanal de 1,7%.

Variações de preços do boi gordo entre outubro e novembro

De acordo com pesquisa da Scot Consultoria, no período de 2002 a 2012, os preços do boi gordo registrados entre os meses de outubro e novembro subiram, em média, 3,1% em São Paulo. Os recuos foram registrados apenas em 2006, 2008 e 2009. A maior valorização ocorreu em 2007, de 13,5%.

O estudo explica que, tipicamente, novembro é um período de diminuição da oferta de animais confinados, associado a uma demanda crescente e oferta ainda em recuperação de animais de pasto. Nas últimas semanas, o consumo não assimilou os preços em alta da carne bovina, o que pressionou o mercado, mesmo sem excesso de oferta. O cenário atual não aponta para desvalorizações expressivas no próximo mês.