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Terça-feira, 25 de junho de 2024

Notícias | Pecuária

Possível entrada da diarreia suína no Brasil assusta setor

A decisão do governo de não suspender a entrada de suínos vivos, material genético e plasma dos Estados Unidos no Brasil, perturba a Associação Brasileira de Proteína Animal. Na última semana, a entidade solicitou a suspensão do comércio de suínos entre os dois países, depois da descoberta de casos de diarreia suína em 27 estados americanos.


Em entrevista ao Rural Notícias, Rui Vargas, vice-presidente da Associação disse que ainda não recebeu resposta oficial sobre o pedido e que o governo precisa tomar medidas para tranquilizar o setor. Segundo ele, vários estudos estão em curso nos EUA, para descobrir a causa da doença, que já matou sete milhões de animais desde maio de 2013.

- Como a causa é desconhecida, a gente não sabe que medidas tomar para evitar a entrada deste agente no país – explica.

A doença eliminou 15% dos leitões da produção norte-americana. Uma taxa de mortalidade bastante alta, segundo Vargas. Caso entrasse no Brasil, boa parte do plantel de abate estaria ameaçado.

O Brasil é hoje o quarto maior produtor de carne suína do mundo, com 2,8 milhões de toneladas e média de 520 mil toneladas exportadas ao ano. Vargas informou que já houve procura de países que importavam dos Estados Unidos.

- Já tivemos alguns contatos de alguns países importadores no sentido de saber se nós teríamos condições de fornecer carne suína, que não pode ser fornecida pelos EUA e também fomos questionando se temos ou não essa enfermidade no país – contou.

O diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Guilherme Marques, confirmou novamente a decisão de não suspender a importação de suínos dos Estados Unidos, porque esse fechamento sem critérios poderia dar margens para outro país fazer o mesmo com o Brasil no futuro.

Segundo ele, o Ministério vem se antecipando para mitigar os riscos, aumentando o grau de exigência dos requisitos sanitários para o país de origem e procedimentos adotados no Brasil na chegada dos animais importarmos de todos os países fornecedores.

Marques garantiu que a comparação da diarreia suína com a febre aftosa não é legítima. A doença da febre aftosa está listada na Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) e avalia o comportamento sanitário dos países. Já a diarreia suína tem condições de ser reduzida e combatida e mitigada com medidas de biossegurança, por parte do setor privado.

- Por parte do Governo, estamos acompanhando as descobertas científicas para rever nossa posição caso seja necessário – concluiu Marques.
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