O preço do boi gordo no mercado físico mato-grossense no “pico da entressafra” – lá pelo mês de outubro – não deve ultrapassar os R$ 90 por arroba, segundo cálculos do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgados nesta segunda-feira no boletim da bovinocultura.

Para a constatação, os técnicos do Imea analisaram os preços futuros do boi gordo na BM&F Bovespa, em São Paulo, e descontaram o diferencial de base histórico entre as duas praças (São Paulo e Mato Grosso), que é de 13,1%. Após a mensuração, o Imea chegou a um preço futuro para o mês de outubro, em Mato Grosso, na casa de R$ 89,90 por arroba, apenas 1,1% de ágio sobre o preço do mercado físico mato-grossense.

“Muito pouco [ágio] para quem está investindo, por exemplo, em terminação de animais no cocho”, comenta-se no boletim do boi.

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Também embasa os cálculos do Imea o acompanhamento do ágio ao longo dos meses de 2013, que no mercado físico para entressafra está cada vez menor, ficando mais evidente na semana passada. Houve registro de fortes quedas na bolsa - reflexo direto da desvalorização do mercado físico em São Paulo.

“Portanto, atualmente os atores do mercado futuro na BM&F Bovespa estão precificando um boi não muito valorizado em outubro, resultando em preços futuros aqui em Mato Grosso baixos e ágio pequeno para entressafra, ou seja, pessimismo no mercado”.

Atual cenário

O cenário do momento para a pecuária de corte é de aumento de preços, devido a oferta reduzida de animais terminados, que está pressionando cada vez mais a indústria. “Estas, por sua vez, precisarão pagar mais se quiserem comprar boiada em Mato Grosso e alongarem suas escalas, caso contrário a tendência de alta deve seguir”, diz o Imea, prevendo que o caminho até o pico da entressafra ainda é longo, pois há (ou deveria haver) dois meses de seca pela frente.