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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Notícias | Agricultura

Empresa descarta recuperação de preços do café nos próximos 15 meses

Os preços internacionais do café arábica devem se manter nos atuais níveis, os mais baixos dos últimos quatro anos.


– Não esperamos aumento significativo das cotações nos próximos 12 a 15 meses – disse Stephan Bentz, integrante do Conselho Administrativo do Grupo Mellita, durante entrevista nessa semana em São Paulo.

Depois de bater pico histórico em maio de 2011, os contratos futuros de arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) passaram a cair com "o aumento da safra brasileira e o consumo global praticamente estável", acrescentou Benz.

A safra brasileira, a maior do mundo, deve alcançar cerca de 47,5 milhões de sacas de 60 quilos este ano. Muitos produtores, no entanto, têm reclamada da falta de qualidade dos grãos, por causa das chuvas e ventos fora de época, que reduziram a qualidade.

– Mas não temos tido dificuldade para manter a qualidade dos nossos blends – observou o executivo.

Benz comentou, ainda, que um possível acordo comercial entre Brasil e União Europeia (UE) será muito bem-vindo.

– Ficaria contente [se isso se confirmasse]. Haveria grande impacto, com maior volume de produtos ofertados na Europa, favorecendo o consumidor – disse.

A relação Brasil-União Europeia é muito sensível em relação ao comércio de café solúvel (instantâneo). O Brasil é o único entre os 20 principais fornecedores de café para UE que têm exportações de solúvel taxadas em 9%. O Vietnã e a Indonésia, respectivamente segundo e terceiro maiores produtores mundiais de café, mais a Índia, são taxados em apenas 3,1%. Colômbia, hoje o quarto maior produtor mundial de café, México e Equador estão isentos de taxa de importação, beneficiados por acordos bilaterais com a UE.

O presidente da Melitta do Brasil, Bernardo Wolfson, disse que a próxima safra brasileira de café, em 2014, "aparentemente será boa". Ele ponderou, no entanto, que o volume da produção dependerá de diversos fatores, como preços, disponibilidade de financiamento, entre outros.

Faturamento da Melitta

A Melitta do Brasil pretende alcançar faturamento anual de R$ 1,2 bilhão em 2016, considerando o crescimento anual de dois dígitos nos últimos 10 anos. Inicialmente, a previsão da empresa era ultrapassar R$ 1 bilhão apenas em 2017. Em 2013, o faturamento da Melitta deve ser de R$ 902 milhões, o que corresponde a um crescimento de cerca de 11% em comparação com os R$ 812 milhões registrados em 2012.

A receita bruta da Melitta do Brasil representou 20% do faturamento global da empresa. A filial brasileira cresceu em todos os segmentos em que atua (+14% em café e +7% em filtros).

O grupo Melitta, com sede na Alemanha, registrou venda de 1,347 bilhão de euros em 2012, uma queda de 4% ante o ano anterior, quando o desempenho ficou em 1,408 bilhão de euros. Segundo a empresa, essa queda se deveu principalmente à interrupção temporária da exportação de grãos verdes do Brasil.

A Melitta é um grupo empresarial internacional com 10 empresas, mas ainda é 100% familiar. Stephan Bentz é membro da terceira geração da família Bentz, que iniciou as atividades com café em 1908, ao lançar o primeiro coador de café.
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