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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Datagro estima crescimento de 20 milhões de toneladas na moagem de cana em 2014/2015

A moagem de cana-de-açúcar no Brasil deve crescer 20 milhões de toneladas na safra 2014/2015 ante aumento de 58 milhões de toneladas em 2013/2014, afirmou nesta segunda, dia 21, o presidente da consultoria Datagro, Plínio Nastari. Ele apresentou a projeção durante a 13ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, que vai até terça, 22, em São Paulo.


Em 2013/2014, Nastari calcula que a moagem alcançará 644 milhões de toneladas, caso a safra se encerre com características iguais às da temporada passada. Só no Centro-Sul, devem ser 591,5 milhões de toneladas. Até o momento, foram perdidos 21,6 dias de moagem por causa das chuvas, quase o mesmo tempo (21,1 dias) da safra passada.

O presidente da Datagro reforçou que o Brasil se aproxima da ocupação total da capacidade instalada, com média de 89% no Centro-Sul, e que a consequência deve mais demanda por açúcar e etanol.

– O mercado potencial não será atendido. A prioridade será açúcar e anidro, em detrimento do hidratado – enfatizou.

De acordo com Nastari, o mercado tem potencial de demanda de moagem de 1 bilhão de toneladas de cana-de-açúcar em 2020.

– Mas sabemos que, dificilmente, atingiremos. O razoável seria 860 milhões de toneladas nessa data. Alguma coisa terá de ceder – disse.

No caso do etanol, o potencial é de 175 bilhões de litros em 2020, caso todas as políticas mundiais para a adoção de biocombustíveis sejam implementadas.

Excedente global

Plínio Nastari estimou uma redução do superávit global de açúcar ao final da safra 2013/2014, em setembro do ano que vem, para 2,3 milhões de toneladas. Na safra 2012/2013, o excedente foi de 9,6 milhões de toneladas. A nova estimativa está abaixo do que a consultoria previa no início de outubro, de 3,06 milhões de toneladas em setembro de 2014.

Preço do açúcar precisa subir para estimular investimento

Os preços do açúcar precisariam subir 4 centavos por libra-peso para 6 centavos/lb para estimular os empresários a voltar a investir no setor sucroenergético, afirmou Nastari. Ele considerou, entretanto, que, caso os preços eventualmente subam, os investimentos ainda levariam de três a quatro anos para serem amadurecidos, o que reforça o cenário de demanda aquecida.

Nastari reforçou, ainda, que seria importante que projetos de cogeração voltem a ser viáveis. Ele informou que atualmente se paga R$ 1 mil o megawatt-hora (MWh) pela energia térmica contratada emergencialmente, quando seria viável gerar energia por biomassa a R$ 200 a R$ 210 o MWh. No entanto, de acordo com o executivo, não há estímulo para investimentos de cogeração.

Presidente da SRB reclama da estratégia oficial para gasolina

Durante a Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho da Silva, reclamou da estratégia do governo em relação a Petrobras, em uma referência à política de preços da gasolina, que afeta o setor sucroenergético. Silva disse que atualmente 80% da frota brasileira é flex, mas "infelizmente" os veículos estão "rodando com gasolina".

O preço do biocombustível é limitado pelo valor da gasolina porque, para ser atrativo para o consumidor, precisa custar até 70% do valor do combustível fóssil. Com os preços da gasolina defasados em relação ao mercado internacional, o preço do etanol fica limitado. Cesário Silva disse ser "impossível que se permaneça por tanto tempo com desequilíbrio, como é com a cana-de-açúcar".
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