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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Notícias | Agricultura

Mais de 500 pessoas participam do V Simpósio Brasileiro do Abacaxi

Com olhar atento, o público conferiu as primeiras palestras do evento, que é uma realização do Governo do Tocantins, através da Secretaria da Agricultura e Pecuária (Seagro), em parceria com a Superintendência Federal da Agricultura (SFA) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).


Com o tema “Produção integrada de abacaxi e agricultura de baixa emissão de carbono”,o pesquisador da Embrapa Fruticultura e Mandioca, o PHD Aristóteles Pires de Matos, fez a primeira palestra do evento. Dentre as vantagens apresentadas pelo pesquisador para a produção integrada, ele destacou a redução de fontes de emissão de gases de efeito estufa, melhorias nas características biológicas, físicas e químicas do solo, garantindo assim a sustentabilidade da cultura, aplicando os recursos naturais de maneira mais adequada. O palestrante exemplificou que a produção integrada proíbe a queimada e também recomenda a redução do uso de agrotóxico na cultura.

Outra vantagem é reaproveitar os restos da cultura para fortalecer o solo. “Até 150 toneladas de massa verde por hectare podem retornar ao solo, e com isso há também retorno de nitrogênio, potássio e cálcio absorvidos pela planta durante sua produção”, destacou. Ele acrescentou que a pesquisa descobriu variedades mais resistentes e com isso também se diminui o uso de agrotóxico, como as variedades Imperial, Vitória, Ajubá e Fantástico.

Após a palestra, o espaço foi aberto ao público que pôde tirar dúvidas sobre o tema com o pesquisador. Marcelo Ramo, do Mato Grosso, quis saber sobre o consórcio do milheto com o abacaxi e se isso aumenta o risco de fusariose para a cultura. Segundo Aristóles, o milheto não é hospedeiro da fusaria, sendo que a praga só sobrevive no abacaxi.

Mudas

Em seguida, as palestras abordaram temas voltados à produção de mudas de abacaxi. Para o doutor Tulio Raphael Pereira de Padua, da Embrapa Fruticultura e Mandioca, na palestra “Tecnologia de produção de mudas de abacaxi”, tudo começa com a escolha de uma boa muda, com qualidade fitossanitária e alta uniformidade. Padua destacou que uma muda sem qualidade pode comprometer toda a produção, já que a mesma pode estar infectada por algum tipo de praga.

“Embora o Estado fiscalize os comerciantes de mudas, a lei obriga que os comerciantes estejam inscritos no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasen)”, explicou a engenheira agrônoma e fiscal federal agropecuária do Mapa Silvana Rizza, durante a palestra “Normas de produção e comercialização de mudas de abacaxi”. Silvana orientou ainda que produtores devem escolher uma cultivar que esteja inscrita no Registro Nacional de Cultivares (RNC) e registrar seu viveiro no Mapa. “O descumprimento significa que o produtor está cometendo uma infração e está, com isso, sujeito às penalidades”.

Doenças

Com o tema “Variedades resistentes a pragas e doenças da abacaxicultura”, o engenheiro agrônomo Davi Theodoro Junghans, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, encerrou a manhã de trabalhos deste primeiro dia de Simpósio. Ele comentou sobre as cultivares mais adaptadas aos fatores climáticos e também suas limitações.

Outro destaque foi o uso do melhoramento genético na cultura do abacaxi. Dentre os tipos de seleção ele destacou o uso de recursos genéticos, ou seja, usar o que a natureza já criou. “A Embrapa criou as cultivares perolera e primavera porque são mais resistentes à fusariose, principal praga do abacaxi”, comentou. Dentre as cultivares mais recentes, ele destacou a variedade fantástico, criada pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

Quem acompanhou a programação não se decepcionou, como a estudante Carla Sousa, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO), campus Palmas. “Para mim, foi uma aula intensiva sobre abacaxi e que muito contribuiu para a minha formação”, destacou.

Programação

Ao todo, o Simpósio Brasileiro da Cultura do Abacaxi terá 16 palestras, duas sessões de pôsteres, uma mesa redonda de debates e uma visita técnica em propriedade produtora de abacaxi. Os palestrantes são técnicos da Embrapa, do Ministério da Agricultura, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, da Seagro e Empresas de Assistência Técnica (Emater) da Paraíba e Minas Gerais, dentre outros.
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