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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Notícias | Agricultura

Bancada Rural debate formas adequadas de combate à helicoverpa

Desde 2012, as lavouras das principais regiões produtoras do país vêm sendo atingidas pela lagarta helicoverpa, que gera inúmeros prejuízos aos produtores rurais. O Bancada Rural desse sábado, dia 16, debateu formas de combate à praga com especialistas no assunto. O programa contou com a presença do assessor da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Paulo Galerani, com o engenheiro agrônomo Ivan Wedekin, com o repórter Sebastião Garcia e com o analista financeiro Miguel Daoud.


O assessor da Embrapa destaca que a partir de dezembro o programa Caravana Embrapa irá criar parcerias com cooperativas para realizar a imunização contra a lagarta em várias regiões do país.

– Vamos ter 27 pesquisadores que passarão informações para essas cooperativas. Juntos, seremos multiplicadores de informações, de manejo integrado e tático para ter o controle dessa praga. A caravana vai começar em Roraima e passar por outras nove regiões, chegando até o Rio Grande do Sul – destaca o assessor.

Galerani afirma que a helicoverpa tem características bastante diferenciadas das outras pragas já conhecidas. Segundo ele, é preciso pensar em vários tipos de manejo.

– O manejo integrado de pragas iniciou nos anos 80 na Embrapa Soja, em Londrina. Só que era bem específica a pragas da soja. A helicoverpa atinge muitas culturas. Não dá para pensar em um programa envolvendo a helicoverpa em um único tipo de manejo integrado, é preciso tratar em um manejo territorial – reforça.

O repórter Sebastião Garcia salienta que o problema da lagarta não se resolve de uma hora para outra. Segundo ele, o produtor deve aplicar o manejo integrado.

– Não é de hoje que vem se falando do manejo. O produtor precisa entender isso, está na mão dele. O país conta com técnicos que podem ajudar, porém, o produtor é peça principal para haver mudança.

O analista financeiro Miguel Daoud diz que é importante orientar os produtores sobre o manejo e o controle biológico.

– Antes de pensar em safrinha, visando ganhar mais dinheiro com a soja, o produtor tem que ter consciência da importância desse combate. Além de custar muito, ainda vai levar tempo e muito estudo para se descobrir uma forma harmoniosa de combate nas diversas lavouras que a helicoverpa atacando. O manejo é importante para que esse cenário não se repita no futuro – alerta.

Galerani ressalta que os produtores e as empresas de químicos já entenderam que o uso de insumos não é a melhor saída para a praga. Ele destaca que, em algumas áreas, a aplicação de produtos não funciona sem o devido monitoramento.

– Em muitos locais, os produtores estão aplicando sem orientação. Às vezes, nem têm certeza se há lagarta no local. Eles estão fazendo isso devido ao terrorismo. Esse é o principal objetivo da nossa caravana, diminuir esse pânico e fazer monitoramento. Existem armadilhas capazes de descobrir a presença da lagarta em 24 horas – destaca.

No Brasil, já existem 16 produtos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, entre químicos e biológicos, que podem utilizados para o controle da praga.

– Esses produtos devem ser usados se for necessário. A Embrapa está fazendo testes para saber como esses produtos funcionam para o controle. Entre eles, o benzoato, que foi liberado recentemente em caráter emergencial – lembra.

Galerani diz que é possível estagnar a praga ainda nesta safra.

– Se a gente começar o acompanhamento dessas lavouras, já podemos ter bons resultados. Estamos desenvolvendo na Embrapa o Arranjo de Pesquisa, que é um grupo de projetos já listados e que são necessários a curto, médio e longo prazo para que solucione definitivamente a questão da helicoverpa.
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