A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informou nesta terça-feira, 03, que técnicos da Agência Ambiental de São José do Rio Preto (SP) interditaram e suspenderam a licença de operação da Citrus Juice, processadora de suco de laranja e de limão, em Itajobi (SP). A Cetesb informou, em nota, que a interdição é temporária e ocorreu porque a empresa 'não possui sistema de efluentes líquidos, sendo estes dispostos diretamente no solo, sem critério técnico e sem que se tenha um projeto de fertirrigação aceito, o que inviabilizou, neste momento, a emissão da necessária licença de operação'.

De acordo com a Cetesb, após as adequações ambientais e a apresentação de um projeto técnico para o destino dos efluentes a empresa pode ser liberada. Em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o diretor-executivo da Citrus Juice, Fábio José Ribeiro, informou que a ação da Cetesb ocorreu a menos de 20 dias do prazo final para que a empresa pudesse regularizar o projeto de adequação ambiental. O projeto foi necessário após a companhia ampliar as operações, em maio de 2012, com investimentos de R$ 40 milhões.

'Operávamos a fábrica com as licenças antigas, protocolamos um projeto técnico para a ampliação e, no dia 19 de agosto, tomamos conhecimento que teríamos 120 dias para readequá-lo, prazo que venceria em 19 de dezembro. Mesmo assim, decretaram a interdição 17 dias antes do prazo', disse Ribeiro. 'Já refizemos e reapresentamos o projeto e ainda recorremos à Justiça em São Paulo em busca de uma liminar. Mas queremos resolver a situação com conversa, pois são 3 mil prejudicados, entre empregados e fornecedores', completou.

Apesar de admitir que a Citrus Juice operava sem as licenças necessárias, o executivo afirmou que a companhia não causou danos ambientais no uso dos efluentes do processamento de citros na fertirrigação. 'É como se dirigíssemos um carro sem carta, mesmo sabendo guiá-lo', comparou.

O presidente da Câmara Setorial da Citricultura, ligada ao Ministério da Agricultura, Marco Antônio dos Santos, que é citricultor, lamentou a interdição da Citrus Juice e lembrou que a companhia é a única que tem comprado e processado limão no Estado de São Paulo. 'Esperamos que a situação seja resolvida logo para que os produtores não sejam prejudicados', afirmou.

A fábrica da Citrus Juice tem 24 extratoras de fruta e capacidade de processar cerca de 10 milhões de caixas de laranja (de 40,8 quilos cada). Todo suco produzido pela companhia é destinado à exportação.