Produtores de lichia de São Paulo estão atravessando um momento difícil. Um ácaro se espalhou pelos pomares e provocou uma grande quebra na safra.

Na fazenda de Ernesto Maeda, em Bastos, no interior de São Paulo, a colheita da lichia, que deveria estar a todo vapor, já encerrou.

No ano passado, ele colheu mais de 90 toneladas, mas este ano não tem o que comemorar. A safra teve queda de 80% por causa do ácaro Aceria lichi, que atinge as folhas da planta e cria rugas marrons e aveludadas, impedindo o desenvolvimento da fruta. Ernesto tentou combater a praga, mas não conseguiu. Alguns pés estão tomados pelo ácaro.

A preocupação é que até agora nenhum produto foi desenvolvido para combater o ácaro, o que significa menos produção e prejuízo para os agricultores.

Com isso, a lichia está cada vez mais cara no mercado. Os agricultores estão recebendo R$ 18 pelo quilo da fruta. No ano passado, a mesma quantidade valia R$ 8.

Uma universidade de Marília estuda o desenvolvimento da fruta. A instituição tem 100 pés de lichia e também registrou queda na produção. Os meses de novembro e dezembro, época da colheita, foram bem diferentes de outros anos, quando os pés ficavam carregados de frutas. Este ano, a produção caiu 70%.

O engenheiro agrônomo Roanan Gualberto diz que existem alguns estudos em andamento para combater o ácaro, mas nenhum foi aprovado ainda pelo Ministério da Agricultura. A única recomendação dos especialistas é a poda total da folhagem.