A chuva dos últimos dias no norte da Bahia ainda não foi suficiente para melhorar a situação dos produtores de sisal. Em Campo Formoso, o longo período de estiagem destruiu as plantações e hoje a produção está bem menor.

Os campos de sisal estão devastados. A área plantada, que já foi de 120 mil hectares no município, hoje se resume a apenas 30, reflexo dos três anos de estiagem.

Há três anos, o produtor Nelson Gama colhia três toneladas de sisal por mês durante o ano todo. Hoje a produção é zero.
O problema atinge outros mil agricultores do Povoado Lagoa do Porco, que sobreviviam exclusivamente da fibra usada no artesanato local e vendida para beneficiamento dos fios. O sisal é muito usado como matéria-prima para fabricação de cordas e tapetes.

A Bahia responde por 93% da produção da fibra e só nesta comunidade eram colhidas 75 toneladas por semana. Hoje, a produção é de apenas uma tonelada, cenário que faz aumentar o desemprego e o êxodo rural.

Sem o sisal, alguns agricultores familiares estão investindo em outras culturas, como o tomate irrigado, mantido com água de poço. Para conseguir manter a produção em 2014, é necessário que caiam boas chuvas na região para reabastecer o lençol freático.

Esta é a expectativa de Idelson Silva, que precisa de água para continuar mantendo a produção anual de mais de 60 toneladas de tomate. “A gente está fazendo milagre com o gotejamento, mas a vazão da água está baixando bastante e estamos vendo a hora que tudo isso vai acabar”, diz.