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Terça-feira, 23 de julho de 2024

Notícias | Agricultura

Combate às lagartas mobiliza produtores em seis estados

No sudoeste do Piauí, 25 municípios entraram em emergência fitossanitária por causa da lagarta helicoverpa armigera. Foi constatada a sua presença nas lavouras em amostras que foram analisadas pelo Instituto Biológico de São Paulo.


Ainda não há levantamento no estado sobre os efeitos da praga na safra, que acabou de ser plantada, mas os custos com a produção cresceram cerca de 40%, por causa dos gastos com o aumento de pulverizações com o uso de defensivos.

Na maioria das fazendas é uma aplicação a cada oito dias. O agricultor Roberto Busatto plantou quatro mil hectares, entre soja e milho. As duas culturas sofrem com o ataque da lagarta. “Ela é muito valente. Ataca todas as culturas, principalmente no período reprodutivo. Ela ataca o grão e isso é muito prejudicial, por isso os cuidados devem ser redobrados”, comenta Busatto.

A Agência de Defesa Agropecuária do Piauí, com o auxilio da Embrapa, apresentou aos produtores um plano de combate a helicoverpa armigera. “A coisa é série e nós temos que tratá-la com a seriedade devida, então não é só a vontade do produtor. Nós estamos aqui ajudando em um trabalho para que a gente faça um plano de supressão e um programa fitossanitário mais saudável possível”, avalia Luis Peteck, diretor da Associação de Produtores de Soja – PI.

“Nós estamos com as lavouras estabelecidas em pleno desenvolvimento e a lagarta está lá comendo. Nós não podemos demorar para tomar uma atitude”, declara Altair Fianco, produtor.
Além do Piauí, os estados onde já existe emergência sanitária por causa da lagarta são: Mato Grosso do Sul, onde foi decretada a emergência essa semana, além de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Bahia.

O clima está ajudando a safra de soja no oeste da Bahia. Os produtores só reclamam que vêm gastando mais com o controle da lagarta helicoverpa armígera. Além do controle químico, eles têm procurado outras formas de combate. Uma delas é o uso das vespinhas. Elas são inimigas naturais da lagarta.

Motos atravessam a plantação de soja despejando cápsulas com as vespas. Elas agem da seguinte forma: colocam seus ovos nos ovos das lagartas. Quando se transformam em larvas, elas se alimentam dos ovos da helicoverpa, controlando dessa forma a sua multiplicação na lavoura.

O produtor Pedro Brugnera está começando a usar as vespinhas. “A gente está começando o trabalho com as vespinhas, mas na região já vem sendo utilizado por alguns produtores com bons resultados também”, diz.

Outra forma de combate às lagartas é a aplicação de um inseticida biológico que já tem o registro aprovado pelo governo federal. Ele tem um vírus que combate a lagarta. Pedro Brugnera está usando o produto para pulverizar 900 hectares de soja e diz que ele é inofensivo pro ser humano. “Totalmente seletivo, só ataca a lagarta e nesse caso especificamente a lagarta helicoverpa”, comenta o produtor.

Quando o agricultor usa inseticida num controle integrado com as vespinhas é preciso ficar atento porque elas são muito sensíveis. A Embrapa recomenda que depois da soltura das vespas na plantação, é preciso esperar no mínimo uma semana para entrar com o inseticida. Esse é o tempo que ela precisa para fazer o seu trabalho.
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