Este ano, houve redução da exportação de frutas produzidas por agricultores do Vale do São Francisco, que fica entre a Bahia e Pernambuco. A uva e a manga não encontraram muito espaço nos Estados Unidos e na Europa em 2013. A região tem hoje 20 empresas exportadoras de manga e 15 de uva.

Na comparação de 2013 com 2012, a exportação de uva sofreu uma queda de 17,6%. Como a alta no preço foi muito pequena, o faturamento teve redução significativa, passando de US$ 122 milhões para US$ 102 milhões. A venda da uva para o mercado externo caiu por causa da concorrência dos Estados Unidos e da Grécia, países onde a colheita foi prolongada neste ano.

“No caso dos Estados Unidos, nós entramos depois da colheita da Califórnia. Como a Califórnia colheu por mais tempo, nossa janela se fechou um pedaço. Com isso, houve menor exportação para os Estados Unidos. No caso da Europa, o problema foi a Grécia, que usualmente não colhe até o final de setembro. Mas esse ano colheu. Nossa fruta ficou estocada e se desvalorizou em função disso”, diz Henrique Holtrup, coordenador da Câmara Fruticultura do Vale.

O agricultor Newton Matsumoto cultiva quatro variedades de uva de mesa. São 38 hectares de parreirais na propriedade do Projeto N-10 desenvolvido em Petrolina, que exporta 50% da produção. “Os resultados de exportação devem ser negativos. Em compensação, o mercado interno foi bom”, compara.

A manga registrou 12,25% de redução de exportação. “No caso da manga, teve um verão muito quente em 2012 e 2013. Foi muito difícil induzir as plantas a produzirem. Com menos oferta no mercado interno, o preço se valorizou muito. Então, o produtor optou por vender no mercado interno ao invés de exportar”, completa Holtrup.