Na lavoura do agricultor Neri Decian, os pés de soja não se desenvolveram. Muitas plantas secaram e outras estão com as folhas amareladas.
O estrago foi causado pela seca dos últimos meses. Nesta safra, o produtor plantou 1,3 mil hectares do grão, mas acredita que já perdeu 50% da lavoura. “Em 30 anos, eu nunca tinha visto tanta falta de chuva no mês de novembro e dezembro”, diz.
Em outra fazenda em Dourados, a lavoura também foi prejudicada pela estiagem. Virgílio Mettifogo diz que não chove há mais de um mês e calcula que por causa da seca vai produzir, no mínimo, 30% a menos que o esperado.
Mato Grosso do Sul deve produzir nesta safra 6,4 milhões de toneladas de soja, volume que representa uma alta de quase 10% em relação ao ciclo anterior. Já a área plantada com soja cresceu 5% em relação à safra passada, de acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Apesar dos números maiores, especialistas acreditam que a produção pode ser prejudicada pelas chuvas irregulares, principalmente na região sul do estado, que é a maior produtora de grãos.
A maioria das lavouras está na fase de formação de vagens e florescimento, por isso, as chuvas são indispensáveis. “A previsão é de chuvas rápidas e localizadas. O problema é que elas ocorrem com força em alguns locais e não ocorrem em outros”, explica Ricardo Fietz, agrometeorologista.