Nos dias de hoje, muita gente está deixando de fumar e isso influencia a produção do tabaco no campo. Em Santa Catarina, agricultores se viram obrigados a diversificar a lavoura e o plantio de produtos orgânicos tem sido uma boa alternativa.

Em Santa Rosa do Sul, extremo sul do estado, o agricultor Niozé de Matos tira os brotos da planta do fumo. A técnica garante que as folhas cresçam ainda mais e valorizem o produto, mas ele não tem boas perspectivas para as próximas safras. A produção, que já foi de 100 mil pés há cinco anos, hoje não passa dos 45 mil.

O consumo de tabaco no Brasil tem diminuído, em média, 6% ao ano, o que já fez com que cerca de 21 mil famílias deixassem o plantio. Ainda assim, há sobra de estoque no mercado.

Com mais oferta do que procura, os produtores começaram a buscar alternativas de culturas. Dos 8 hectares que era destinados do fumo, Niozé já usa 2 para plantação de banana orgânica. Para isso, ele recebe assistência técnica de uma cooperativa de engenheiros agrônomos vinculados ao Programa Nacional de Diversificação.

Na propriedade de Joreni dos Santos, o fumo foi descartado há três anos. Ela teve um prejuízo de R$ 25 mil depois de perder duas safras seguidas por causa do tempo. Tudo começou com o maracujá e agora a família já cultiva hortaliças e até galinhas. “Com o fumo a gente trabalhava triste, sem lucro, e agora temos a recompensa”, diz.

A família de Joreni consegue uma renda de R$ 2 mil por mês vendendo os produtos para o mercado local. Ela quer investir ainda mais nos orgânicos, porque têm mais valor.