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Terça-feira, 23 de julho de 2024

Notícias | Agricultura

México: clima e ferrugem do colmo afeta números do café

Para a safra 2013/2014, a produção nacional de café do México poderia ter uma redução considerável, entre 30% e 40%, com base nos dados acumulados até a metade da colheita atual, segundo avaliou o presidente da Amecafé (Associação Mexicana do Café), Gabriel Barreda Nader. Dados do CMOPC (Conselho Mexicano das Organizações de Produtores de Café) indicam que o país tem mais de 511 mil produtores do grão, com uma área cultivada de 665 mil hectares, em 58 regiões de 12 Estados, com a predominância em Chiapas, Oaxaca, Veracruz, Puebla, Guerrero e Hidalgo. Barreda Nader sustentou que a safra nos Estados cafeeiros avançou um pouco além da metade, mas os resultados são baixos, e as contratações de trabalhadores tiveram retração entre 10% e 20%. “A previsão era de quatro milhões de sacas, mas com os problemas que tivemos podemos considerar que o volume a ser colhido deverá ficar entre 2,2 e 2,5 milhões de sacas, com o risco de nem chegarmos a esse montante", disse o dirigente, que indicou que tal quebra deriva de fatores como clima adverso e a ferrugem do colmo, que trouxe muitos prejuízos principalmente para Chiapas, principal produtor do país.


Além desses itens, também o frio e a chuva afetaram o café. O envelhecimento das plantas é outro problema grava, já que "necessitamos renovar e tivemos até esforços para isso, mas não creio que foram suficientes e não tivemos as estratégias adequadas, sendo que, assim, voltamos a discutir o tema como a Secretaria da Agricultura." A intenção, explicou o dirigente, é que todos os programas sejam executados de maneira conjunta e participem de centros de pesquisa, estruturas de financiamento, capacitação, extensionismo e que não e tenha um programa que se mostre distante dos produtores. Por sua vez, a CMOPC indicou que, até 2000, o país foi o quarto produtor mundial e aportava 7% da produção mundial, com uma geração entre 5 e 6 milhões de sacas ao ano. Desse montante, 80% ia para a exportação, com uma captação que se aproximava dos 800 milhões de dólares para cada temporada.

Atualmente, o México é o sétimo produtor mundial, com média variando entre 3,5 e 4,2 milhões de sacas, com aporte de 4% da produção mundial, sendo que as exportações continuam em 80%, mas a captação financeira é de apenas 400 milhões de dólares, em média. Esse levantamento indica que o cultivo mexicano de café perdeu competitividade, principalmente devido às políticas errôneas, falta de crédito e políticas com pouco foco, além disso, se ressalta a intervenção de atores que consideram os minifúndios como essência do problema. Um levantamento da Secretaria da Agricultura detalha que durante 2013 a DGPDT (Direção Geral de Produtividade e Desenvolvimento Tecnológico), da Subsecretaria de Agricultura, realizou ações prioritárias em apoio aos produtores do grão.

Através do Programa de Fomento Produtivo do Café se deu apoio a mais de 150 mil produtores que cultivam café de alta qualidade, em quase 280 mil hectares, recursos que foram destinados para ações de renovação de lavouras, incentivos de produção, controle e combate de enfermidades, entre outras atividades. Durante o último ano, os produtores se viram afetados pela ferrugem do colmo, sendo que em junho foram implementadas estratégias de inovação, transferência e desenvolvimento tecnológico para a prevenção e controle desse mal, com cobertura de mais de 70 mil hectares, Dessa área, 44 mil correspondem a Chiapas e 26 mil a Veracruz e Puebla, com o que se deu um apoio a 45 mil cafeicultores das regiões afetadas, com acompanhamento técnico de 140 especialistas e capacitação para produtores.

Várias regiões do México foram afetadas pela ferrugem do colmo. Essa enfermidade é causada por um fungo que produz dois tipos de esporos. Os primeiros, mais comuns, são produzidos em abundância na face inferior das folhas. O segundo tipo é formado eventualmente em lesões velhas. A disseminação ocorre pelo vento, gotas de chuva, pelo homem, insetos e outros animais que entrem em contato com a lavoura. Após a disseminação quando atingem a face inferior das folhas germinam em 3 a 6 horas sob temperaturas entre 21 e 25ºC e condições de elevada umidade ou água livre. O fungo penetra e os sintomas iniciais surgem 7 a 15 dias após a penetração. O desenvolvimento da doença está intimamente relacionado à ocorrência de chuvas, sendo que sua incidência cresce do início para o fim das chuvas, atingindo o pico no final das águas.
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