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Terça-feira, 23 de julho de 2024

Notícias | Agricultura

China suspende política de armazenamento de soja e algodão

A China, maior comprador de algodão bruto e de soja, vai suspender sua controversa política de estocagem de commodities – entre elas o algodão e a soja – e irá reavaliar os subsídios que concede diretamente aos agricultores. A notícia, divulgada pela Reuters, foi anunciada neste domingo pelo governo chinês.


Esta foi a primeira confirmação das mudanças no país asiático em 2014, embora investidores continuem incertos sobre os desdobramentos da medida, já que o documento oficial não traz detalhes ou prazos. “O importante não é saber se continuarão subsidiando os produtores, mas quanto será concedido”, informou um investidor que não quis ser identificado.

A mudança foi bastante antecipada, depois de muitos anos em que a política de armazenamento não conseguiu encorajar um aumento no plantio de soja e algodão. Este sistema também teria contribuído para fazer com que os preços internos ficassem bem acima dos preços no mercado internacional, estimulando mais importações.

Os preços globais de algodão, que subiram por volta de 12% em 2013, devem sofrer pressões com a mudança, já que devem aumentar o algodão doméstico no mercado, além de diminuir a demanda pela fibra importada.

Já as compras de soja da China devem ser menos afetadas pelas mudanças, já que a maioria das esmagadoras nas áreas litorâneas são quase que totalmente dependentes de importações.

Pequim também informou que irá manter sua política de armazenagem para a colza, milho e açúcar, além de continuar a oferecer um preço mínimo de compra para o trigo e o arroz.

Efeitos no mercado externo

Alguns investidores e traders afirmam que se os subsídios aos produtores forem muito reduzidos, o resultado será uma diminuição da produção chinesa de algodão e o aumento do apetite por importações.

A reavaliação do sistema de subsídios para a soja será feita no Nordeste chinês e no interior da Mongólia. Para a produção de algodão, a reavaliação será feita na província de Xinjiang, que produz em média 60% de todo o algodão doméstico da China.

Aumento do PIB chinês

Além do possível aumento das importações, como consequência das mudanças políticas de armazenagem e subsídio, outra notícia que deve beneficiar os países que exportam commodities para a China foi o resultado positivo de seu Produto Interno Bruto (PIB).

A Administração Estatal de Estatísticas da China divulgou nesta segunda-feira (20) os índices econômicos do país em 2013, apontando para um bom desempenho da economia chinesa. O PIB do país asiático ultrapassou os 56,8 trilhões de yuans, representando um aumento de 7,7% em relação ao ano anterior. Mesmo sendo este o crescimento menor dos últimos 14 anos, o valor ficou acima das expetativas do governo chinês.

O diretor da estatal, Ma Jiantang, informou que em 2013 a economia chinesa apresentou um desempenho positivo, o que reflete um crescimento estável do emprego e inflação. Foram criados dez milhões de postos de trabalho no ano anterior, superando a meta do governo.
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