O excesso de oferta derrubou o preço da erva mate no Rio Grande do Sul. A mudança de cenário deixou muito produtor insatisfeito.

A experiência de 16 anos cultivando erva mate fez a diferença na hora de negociar as folhas dos 30 hectares na propriedade de Lourenço Baldissera, em Machadinho, norte do Rio Grande do Sul. Ele vendeu a produção antecipada, está otimista e pretende aumentar a área de plantio.

O agricultor, que investia na soja, diz que pretende parar de produzir o grão por causa do alto valor gasto com insumos e defensivos.

Lourenço é uma exceção. A maioria dos produtores dos sete pólos ervateiros do estado está insatisfeita com a redução nos lucros.

O preço pago pela arroba chegou a R$ 25. Agora, com a oferta maior de matéria-prima no mercado, houve uma redução de 12% nos últimos dois meses.

A valorização no preço vinha acontecendo desde o início do ano passado. O motivo foi a estiagem de 2011 e 2012, que prejudicou a produção e diminuiu a oferta. Já em 2013, o clima colaborou e o rendimento dos ervais voltou a crescer. A expectativa agora é de que o mercado se estabilize.

"Que nós tenhamos então um comportamento em torno de R$ 18 a R$ 20, no máximo R$ 22 por arroba. E isso se comportando durante o período de 2014, exceto se ocorrer algum fato extraordinário, como uma nova estiagem ou um aumento rápido de mercado”, explica Ivandro Barreto Melo, engenheiro agrônomo da Emater.

O Rio Grande do Sul é o principal produtor de erva mate do país com cerca de 300 mil toneladas por ano.