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Terça-feira, 23 de julho de 2024

Notícias | Agricultura

Seca atrapalha plantio de safrinha de milho no PR

O clima seco no Paraná não deve influenciar de forma contundente a safra de soja 2013/14, já que a maior parte da área plantada já está sendo colhida. A falta de chuvas, porém, deve afetar a segunda safra de milho - a chamada safrinha -, plantada após a colheita da soja. Com o solo seco, os produtores não estão conseguindo semear o grão, e o plantio tardio pode fazer com que o milho fique sujeito a geadas.


O zoneamento agrícola recomenda o plantio no Estado até o dia 28 de fevereiro. Mas as previsões do tempo só mostram chuvas irregulares a partir de 15 de fevereiro e chuvas frequentes apenas em março. Em seu último levantamento, a Conab repetiu a produção de 10,5 milhões de toneladas, registrada na safra 2012/13, para a safrinha de milho no Paraná.

Esse problema se soma à queda na intenção de plantio no Brasil devido aos baixos preços do milho. A Conab estima uma queda de 2,5% na produção brasileira, de 81 milhões de toneladas na safra passada para 78,9 milhões de toneladas no ciclo atual.

Com receio da falta de chuvas, o produtor William Rebecchi interrompeu o plantio da safrinha após semear cerca de 70 hectares em sua fazenda em Juranda, no interior do Paraná. "Resolvi esperar chover para plantar, mas podemos correr o risco de plantar tarde e o milho sofrer com as geadas", disse o agricultor.

Rebecchi afirmou que apesar de ter aderido ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), as geadas que podem afetar o milho não são indenizadas pelo programa. "A geada deixa a espiga mole e a planta não se desenvolve. Para piorar, o Proagro não cobre esse tipo de evento", disse.

Segundo o Manual de Crédito Rural, não são cobertas pelo Proagro as perdas com geada e chuva na fase da colheita, quando consideradas eventos ordinários segundo indicações da tradição.

Natural de Maringá (PR), Rebecchi estima que deve colher 70 sacas por hectare de soja, de um total de 650 hectares que semeou em Juranda. Ao todo, já foram colhidos quase 300 hectares.

O produtor Carlos Alberto Maciel de Melo, de Rancho Alegre (PR), deve colher cerca de 65 sacas por hectare. Ao todo, ele plantou 120 hectares da oleaginosa. "Esses últimos dias secaram bastante, mas estamos confiantes que vai chover. De qualquer forma eu começo a colher em alguns dias, mas quem plantou soja tardia está com medo [de plantar milho]", disse.

O vice-presidente da Aprosoja Paraná, Nelson Paludo, disse que o clima está preocupando produtores que plantaram soja mais tarde. "Colhi apenas uma parte da produção e tenho outras variedades plantadas que colherei até o fim deste mês", disse.

O presidente da Aprosoja Paraná, José Sismeiro, disse que cerca de 30% da safra do Estado é do ciclo tardio. "A falta de chuvas preocupa e se confirmando o clima seco por algumas semanas o plantio da safrinha vai atrasar", disse.

O problema não está restrito ao Paraná. O forte calor e a escassez de chuvas têm aumentado as preocupações dos agricultores nas mais importantes regiões produtoras do Brasil. A tensão climática cresceu em janeiro - o mês foi o mais quente da história e um dos mais secos -, e colocou em alerta o Sul, o Nordeste, parte do Centro-Oeste e principalmente o Sudeste do país.

Com um início de safra sem maiores problemas e estimativas de produtividade recordes, os números podem ser revistos pela Conab durante o quinto anúncio de estimativa de safra, previsto para a semana que vem. Dependendo do clima, a estimativa de 200 milhões de toneladas de grãos divulgada pelo Ministro da Agricultura, Antônio Andrade, pode ficar mais distante.
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