Os produtores de algodão de Mato Grosso estão no limite para finalizar o plantio da safra. A chuva atrasou o trabalho e basta o tempo abrir um pouco para as máquinas invadirem o campo.

No comando da plantadeira, o operador Mauro Santos acelera o quanto pode. A correria é para cumprir o cronograma da fazenda que fica em Campo Verde, sudeste do estado.

A propriedade é do agricultor Milton Júnior Garbugio, que nesta safra aumentou a aposta no algodão. Cerca de 1,5 mil hectares serão plantados, 500 a mais que no ciclo passado. Como choveu muito, o trabalho atrasou e 10% da área ainda não foi plantada.

Plantar fora da janela ideal pode significar prejuízos lá na frente. Neste caso, a maior preocupação é com o período de enchimento das maçãs, que deve acontecer em meados de abril. Nesta época, a lavoura precisa de muita água para garantir uma boa produtividade e como o regime de chuvas na região é bem definido, os agricultores sabem que cada dia de atraso agora na semeadura pode gerar reflexo negativo na hora da colheita.

O sinal de alerta também acendeu na fazenda do agricultor Paulo Aguiar. Ele ainda tem 200 hectares para cultivar – mais da metade do terreno está ocupada com soja. “A janela é curta, (...) abriu o sol tem que entrar com o plantio”, diz.
Quase 75% da área destinada ao algodão, em Mato Grosso, já foi semeada. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), a data-limite para o fim dos trabalhos é 15 de fevereiro.