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Terça-feira, 23 de julho de 2024

Notícias | Agricultura

RS: Estado deve colher até 8,3 milhões de toneladas de arroz

Esse volume, no entanto, ainda é indefinido, devido à dificuldade do manejo nas diferentes regiões, conforme o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz-RS), Henrique Osório Dornelles. “Temos lavouras com potencial acima de 10 mil quilos por hectare contrapondo com aquelas abaixo de 6 mil quilos por hectare, em função de cheias e do frio”, compara, referindo-se à Fronteira-Oeste e Depressão Central, respectivamente.


Outro fator que gera indefinição do resultado é o atraso do plantio de 25% dos grãos. “Ainda dependemos de que, em março, haja boa radiação solar e temperaturas elevadas”, completa o dirigente, apontando as características que devem colaborar com a meta da colheita, cuja abertura oficial ocorrerá de 20 a 22 de fevereiro, no município de Mostardas.

A 24ª edição do evento foi divulgada pela entidade ontem, pela manhã, na sede da Farsul, em Porto Alegre, e tem como realizadores a Federarroz e a Associação de Arrozeiros de Mostardas e Tavares. Cerca de 10 mil produtores e consumidores são esperados para o período, que contará com palestras e debates sobre técnicas agrícolas e estratégias comerciais, com foco também nos gargalos às exportações de arroz. Atualmente, o Rio Grande do Sul vende o produto, além do mercado doméstico, para países da América Central (como Panamá, Costa Rica e Cuba), Nigéria e Iraque.

A produção pouco maior do que no ciclo 2012/2013 estimada para este ano se deve a um aumento de área cultivada por disponibilidade de água para a irrigação, especialmente na Fronteira-Oeste. “Essa evolução compensa a queda dos estoques públicos, que devem ficar em 600 mil toneladas por causa dos leilões de oferta promovidos pelo governo federal”, aponta Dornelles. Para manter a expectativa de safra cheia, fevereiro e março devem seguir sem oscilações térmicas acentuadas e muito sol. Temperaturas abaixo de 15 graus centígrados na floração podem gerar má formação da panícula (cacho) de arroz, afetando a produtividade. “Calor excessivo aliado à baixa umidade relativa do ar é condição indesejável, por gerar grãos quebrados”, explica o dirigente. E se o clima for inadequado, não afetará somente o volume na colheita, mas também os preços ao consumidor.

O presidente da Federarroz pondera que os estoques estão ajustados, e que não há risco de desabastecimento interno (levando em consideração os estoques públicos e privados) ou comprometimento das exportações, projetadas para atingir, neste ano, o volume mínimo de 1,3 milhões de toneladas. “No que se refere ao volume de exportações, vai depender do comportamento do câmbio e da capacidade logística”, destaca Dornelles.

Já nas prateleiras dos supermercados, os preços do arroz devem chegar entre 5% e 7% mais caros que em 2013, como repasse de alta de custos destinados ao processo de plantio e colheita. Mesmo no pico de safra, os preços do arroz não devem baixar do patamar de R$ 33,00 por saca de 50 quilos, em casca, no Rio Grande do Sul, valor referencial para o custo médio da saca de 50 quilos do cereal.
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