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Terça-feira, 23 de julho de 2024

Notícias | Agricultura

Colheita do coco buriti garante renda para muitas famílias do Maranhão

A colheita do coco buriti garante renda para muitas famílias do Maranhão. O trabalho é arriscado, mas os catadores mostram agilidade na hora de escalar as palmeiras.


O buriti é um coco coberto com uma casca de cor amarelo-avermelhado, que protege a polpa, consumida naturalmente. Os cachos maduros no alto dos buritizeiros indicam tempo de fartura.

A colheita no leste do Maranhão dura em média seis meses, vai de setembro a fevereiro. Neste período, os coletores passam os dias se equilibrando no alto dos palmeirais.

Francisco de Assis está há 15 anos no corte do buriti em Caxias, no cerrado maranhense. Ele utiliza uma espécie de andaime feito com cordas e pedaços de pau em uma subida arriscada, sem nenhum equipamento de segurança. “Compensa porque hoje aqui na região a diária braçal é de R$ 30 e aqui a pessoa consegue tirar R$ 80, R$ 100 por dia", diz.

Mateus Oliveira aprendeu com o pai, ainda criança, a subir nas palmeiras. Hoje ele colhe, em média, 30 sacas de buriti por dia se equilibrando nas alturas e desafiando os perigos na mata.

O buriti colhido no leste do Maranhão tem como destino pequenas fábricas de polpa, como uma que agora trabalha com toda capacidade e os estoques cheios.

Os frutos trazidos da mata ficam durante dois dias em tonéis com água até amolecer e são triturados depois. Cinquenta quilos de frutos rendem, em média, oito quilos de polpa.

A fábrica deve beneficiar este ano 12 toneladas de polpa, 20% a menos que no ano passado, consequência de uma queda na safra. Ainda assim Ronaldo Ferro, dono do negócio, está feliz da vida.

Segundo a Embrapa, além do Maranhão, o buriti é encontrado no Piauí, na Bahia, no Ceará, em Minas Gerais e em Mato Grosso.

A polpa de buriti extraída no leste do Maranhão é praticamente toda empregada na fabricação de doce feito de modo caseiro e vendido como produto artesanal.

O lavrador José Pereira vira doceiro na época da colheita do buriti e aproveita a safra para aumentar a renda da família. Ele vende o produto por R$ 5 o quilo.

Alcides Moreira consegue um pouco mais. Ele utiliza a fibra do buritizeiro para fazer as embalagens e assim consegue vender o produto por até R$ 10 o quilo.


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