A estiagem do início do ano prejudicou a produção de café em São Paulo e a expectativa de quebra é grande. Por causa disso, o preço está em alta e tem muita gente vendendo o grão que estava estocado.

José Ricardo Cunha planta café arábica no sítio em Restinga, região nordeste de São Paulo, há 22 anos e nunca viu a terra tão seca. A falta de umidade reduziu a expectativa de safra do agricultor. “Era para dar 60 sacas por hectare, mas deve dar no máximo 40 sacas, não tem nem como prever ainda”, diz.
Um levantamento feito pela Secretaria Estadual da Agricultura, em dezembro do ano passado, estimou que a colheita desta safra em todo o estado de São Paulo chegaria a 4,5 milhões de sacas de café, um aumento de 11% em relação ao ano passado, mas a falta de chuva associada às altas temperaturas devem reduzir esta expectativa. A Secretaria já prevê uma queda de até 20%.
Segundo o engenheiro agrônomo Fabrício Davi, o desenvolvimento da planta foi prejudicado e hoje os grãos estão muito pequenos.
No início do ano, uma cooperativa tinha comercializado apenas 25% do café colhido na região. Agora, o volume de vendas subiu 80% em março e o preço da saca passou de R$ 300 para quase R$ 500. Depois de dois anos de remuneração considerada muito baixa, o agricultor não deve segurar o estoque remanescente por muito tempo.