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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

Notícias | Agricultura

Criatividade na produção rural representa economia ao agricultor

Quem trabalha no campo faz um descanso de bicicleta virar esticador de colmeia, uma lata de leite em pó tornar-se um semeador e um galão de água, comedouro de galinha.


Foi nos arredores de Vitória, no pé da serra capixaba, que o Globo Rural encontrou o apicultor Maurílio Brandão.
Com o passar dos milênios, o homem foi criando artifícios para produzir mais mel em menos tempo. Hoje um apicultor eficiente consegue em trinta dias, o que uma colmeia naturalmente levaria seis meses.

A caixa usada pelos apicultores foi uma invenção importante, assim como o quadro, que vem com uma lâmina de cera cheia de cubículos, onde são depositados as crias, o pólen e o mel. A placa, para ser fixada no quadro, precisa de uma estrutura de arame. Nesta etapa que entrou a criatividade de Maurílio Brandão.

Mesmo não tendo tantas colmeias, são 45 caixas com 120 melgueiras, Brandão tem que fazer todo ano 1.200 quadros. Para renovar as placas de cera, acabava perdendo uma semana.

O apicultor descobriu um jeito de fazer uma ferramenta para facilitar o esticamento do arame no quadro. “Eu sempre trabalhei na área rural fazendo cerca para animal, com arame”, conta.

Com a invenção, ficou muito mais fácil montar o quadro. “É muito mais prático e tempo pra gente é dinheiro. No tempo que eu fazia um, agora eu consigo fazer três ou quatro. Não gasta muito fazer. Eu cobro R$ 15 nesta pecinha”, diz.

Em um congresso de apicultores do Nordeste, Maurílio tirou o primeiro lugar com o invento. “Meu trabalho foi reconhecido. Eu não tenho intenção de patentear, ganhar dinheiro com isso. Foi uma invenção que serviu bem pra mim, então eu faço questão dos outros copiarem pra poder ajudar. Talvez o cara não teve a ideia de fazer, eu tive, então vai servir para todos”, conta.

Na região da Serra da Mantiqueira, no sul de Minas Gerais, município de Maria da Fé. O agricultor Antonio Clarete Campos encontrou uma solução muito simples, para adiantar o plantio de cenoura.

Ele adaptou um rolo de pintar parede, colocou em uma ponta um cabo de vassoura e na outra uma lata de leite em pó. Horticultor desde criança, Antônio virou produtor orgânico porque os venenos lhe prejudicavam a saúde. Vende os produtos em uma feira certificada pela Associação

Brasileira de Agricultura Biodinâmica. Entrega cerca de 20 toneladas por ano. A maior parte é de cenoura.
Toda a vida, após preparado o solo para semear, Antonio Clarete riscava um sulco com um cabo de vassoura, enchia a mão de semente e trabalhava vergado durante horas preenchendo as linhas. Por último, ia com uma enxada cobrindo levemente o havia depositado. Fora a dor nas costas, a semeadura desse jeito lhe tomava um tempo enorme.

Agora, com a plantadeira que inventou, Antonio trabalha numa posição bem mais confortável. As três etapas do jeito anterior se resumiram numa passada só. Com rapidez preciosa, basta rolar a latinha sobre o colchão de terra.

No tempo que gastava antes para plantar um canteiro à mão, agora, com o semeador Antonio faz cinco canteiros. Não leva mais que vinte minutos para montar o semeador que tem se mostrado eficiente. Não desperdiça, distribui bem as sementes sobre o canteiro, e a correntinha, no arrasto, cobre de terra o quanto basta.

No município de Santa Isabel, na Serra da Mantiqueira, estado de São Paulo, o eletrotécnico André Luis Gouveia realizou o sonho de ter uma casa de campo. Inspirado no Globo Rural, ele tem um galinheiro móvel na propriedade.
Gouveia reparou que no comedouro de loja, as aves desperdiçam muito. Daí surgiu um modelo próprio, no qual as galinhas enfiam a cabeça, sem esparramar a comida.

Conforme as aves comem, o milho vai caindo por gravidade. André acabou com o desperdício, fazendo economia. O comedouro custou um terço de um comprado.
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