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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Retrato da irrigação no Brasil

Brasil tem 30 milhões de hectares para irrigação; Pastoral da Terra é contra modelo

Foto: Reprodução

Brasil tem 30 milhões de hectares para irrigação; Pastoral da Terra é contra modelo
Com cerca de 30 milhões de hectares com potencial para irrigação, o Governo Federal desenvolve o Programa Mais Irrigação, que prevê investimentos de R$ 10 bilhões, em recursos federais e parcerias com a iniciativa privada, para potencializar a eficiência das áreas irrigáveis. Apesar dos incentivos, a  Comissão Pastoral da Terra (CTP) mostra que o método de irrigação é um mito.


De acordo com a assessoria do Ministério, o investimento em agricultura irrigada pode trazer ganhos na produção que poderá contribuir para que o país se torne uma potência mundial na produção agrícola sustentável. O governo já aprovou neste ano a nova política Nacional de Irrigação, que prevê novas estratégias para o desenvolvimento da agricultura irrigada.

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Para o Secretário Nacional de Irrigação, Guilherme Orair, o uso das técnicas de irrigação pode aumentar a produtividade da lavoura, contribuindo para a preservação dos biomas brasileiros, na medida em que se reduz a demanda pela expansão da fronteira agrícola. “A irrigação pode trazer ao produtor rural ganhos de produtividade muito elevados. Para algumas culturas, este índice pode chegar a 300%”, destacou o secretário.

De acordo com Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2006, as possibilidades da agricultura irrigada estão em todas as regiões. No Centro-Oeste são 4,9 milhões de hectares disponíveis. São mais 4,5 milhões de hectares no Sul, 4,2 milhões de hectares no Sudeste e 1,3 milhão de hectares no Nordeste e 14,6 milhões de hectares no Norte.

No Nordeste, principalmente nos estados da Bahia e de Pernambuco, a fruticultura irrigada permite o desenvolvimento de polos regionais de produção e exportação. Já no Rio Grande do Sul, por exemplo, a irrigação adquire especial importância nas lavouras de arroz. A técnica da reservação, com a adequada distribuição da água ao longo do ano, por meio da irrigação, é fundamental nesse tipo de produção.

Na análise de dados preliminares do Produto Interno Bruto (PIB), em 2012, verifica-se que a produção agrícola dos estados do Centro-Oeste teve uma participação relevante e permitiu à região um crescimento de 3,3%. Esse resultado foi alcançado em grande medida pelo uso de técnicas de irrigação nas culturas com maior volume de produção, como o milho e a soja.

Outro lado

Apesar do apoio do Governo Federal e a defesa de que a agricultura de irrigação é benéfica, a Comissão Pastoral da Terra (CTP), no relatório Conflitos no Campo no Brasil discorda e trata o assunto como um mito.

Consta do relatório da CPT que, “um dos mitos levantados para vencer o período da seca é a irrigação. Diante da atual estiagem, a presidente Dilma criou o programa “Mais Irrigação”, assim alimenta o hidronegócio e o mito fabricado”.

Ainda de acordo com o relatório, muitos movimentos sociais, visando o uso intenso das águas pelo agro e hidronegócios, chegam a propor que a irrigação é a saída. Porém, a própria Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que a irrigação é a principal responsável pela crise da água no mundo – demanda 70% de toda água doce utilizada no mundo -, além de ser responsável pela salinização de 80 milhões de hectares em todo o planeta.
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