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Sábado, 20 de julho de 2024

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problema à vista

Médio produtor reclama da burocracia para acessar o crédito do Plano Safra

– O produtor teria que ter um seguro para a sua renda, de forma que se ele tivesse um problema e não colhesse aquilo que foi planejado, ele tivesse uma complementação desta renda e, consequentemente, ficasse mais estável e conseguisse conduzir seus negócios a longo prazo. No entanto, o que a gente percebe é que o seguro está voltado mais para o banco que faz exigência. Esse seguro é para o financiamento e não para a renda – destaca Malinski.

Foto: Rural BR

Médio produtor reclama da burocracia para acessar o crédito do Plano Safra

Médio produtor reclama da burocracia para acessar o crédito do Plano Safra

As medidas anunciadas no Plano Agrícola e Pecuário 2013/2014, que disponibilizará R$ 136 milhões em recursos, foram bem recebidas pelo setor agrícola. A dificuldade de acesso ao crédito, que depende de trâmites burocráticos, no entanto, é uma das maiores reclamações dos produtores rurais. A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) já adiantou que sua próxima pauta é a busca por uma flexibilização da burocracia nessa questão.


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Na safra 2012/2013, o médio produtor Guilherme Brenner enfrentou problemas com o clima e as pragas que atingiram sua lavoura de 500 hectares. Mesmo assim, ele afirma que a colheita foi rentável.

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– Deu para ter lucro, não dá para se queixar do ano que passou. Cada lavoura teve a sua característica. O feijão foi bem abaixo do esperado em termos de produtividade, e tivemos muitos problemas com a mosca branca e com o clima. Os preços, de certa maneira, compensaram.

Para o cultivo de feijão, soja e milho, o produtor utiliza há mais de quinze anos o financiamento de custeio, oferecido pelo Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). Na última safra, ele obteve R$ 500 mil de crédito, que já foram quitados. Para a próxima, o beneficio também deve ser usado.

O Plano Safra 2013/2014 vai destinar mais de R$ 13 bilhões para o médio produtor. As medidas incluem aumento nos limites de financiamento e redução de juros. Para ter acesso ao dinheiro, essa parcela do setor ainda esbarra em um antigo problema, a burocracia.

– Isso aí é como um crédito praticamente rotativo. Ele poderia ser mais simplificado. Nós temos que fazer projeto técnico, tem que ter uma série de análises. Às vezes, tem que subir para uma outra estância do banco. Muitas vezes, você tem um vencimento de adubo chegando e o dinheiro não sai, aí você tem que pagar juros por causa disso – explica Brenner.

A CNA comemora o maior volume de recursos disponibilizados na última década, mas concorda que o acesso ao crédito precisa ser facilitado.

– Nós acreditamos que vencemos a primeira pauta: hoje a gente tem recursos. Eles estão disponíveis e são suficientes para atender a demanda, porém, ainda persiste a segunda fase das negociações, que é em relação à flexibilização e facilidades para o acesso ao crédito. Nós temos problemas com registros de cédulas bancárias, problemas ambientais que precisam ser resolvidos nos Estados, problema em flexibilizar as documentações e exigências que são feitas para o produtor acessar o crédito. Então, a nossa pauta a partir de agora é essa – disse a superintendente técnica da CNA, Rosemaire Cristina dos Santos.

Para o engenheiro agrônomo Claudio Malinski, a principal dificuldade são as dívidas contraídas nas safras anteriores.

– Isso limita a capacidade de pagamento. As garantias que os produtores têm a oferecer já estão comprometidas. Então, normalmente, os produtores não têm toda a verba necessária, não por causa da falta de dinheiro, e sim pelo fato de que eles estão endividados ou com as garantias comprometidas.

Ele afirma ainda que o aumento do prêmio do Seguro Rural de R$ 400 milhões para R$ 700 milhões não vai mudar a situação de risco dos agricultores.

– O produtor teria que ter um seguro para a sua renda, de forma que se ele tivesse um problema e não colhesse aquilo que foi planejado, ele tivesse uma complementação desta renda e, consequentemente, ficasse mais estável e conseguisse conduzir seus negócios a longo prazo. No entanto, o que a gente percebe é que o seguro está voltado mais para o banco que faz exigência. Esse seguro é para o financiamento e não para a renda – destaca Malinski.
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