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Domingo, 21 de julho de 2024

Notícias | Agricultura

Citricultura do Estado de São Paulo: estrutura e conjuntura

No dia 16 de agosto, das 12h30 às 16h, no auditório do Centro Universitário Unifafibe, em Bebedouro, a Associtrus (Associação Brasileira de Citricultores) realizará o encontro “Citricultura do Estado de São Paulo: estrutura e conjuntura”, com o objetivo de reunir produtores, pesquisadores e políticos para debaterem as medidas necessárias para “salvar” os pequenos e médios citricultores de São Paulo, estado responsável pela produção de 80% da laranja produzida no Brasil.


Do Encontro resultará o Manifesto da Laranja, documento em que os próprios citricultores, com o apoio das autoridades do setor citrícola e embasamento de pesquisadores, apresentarão suas principais reivindicações para se manterem na atividade que, economicamente, já foi responsável pela distribuição e geração de riquezas em diversos municípios paulistas.

Há décadas, os produtores se vêem obrigados a abandonar pouco a pouco a atividade por conta da verticalização da produção pelas indústrias de suco de laranja e, consequente, os baixos preços pagos por estas mesmas indústrias pela fruta dos pomares de terceiros.

Para se ter ideia do tamanho do estrago que vem ocorrendo no setor, apenas na safra passada cerca de 20 milhões de árvores foram erradicadas do parque citrícola paulista e mais de dois mil citricultores foram excluídos do setor.

A omissão dos governos, tanto federal como estadual, vem propiciando uma brutal transferência de renda para as indústrias de suco, aumentando assim as distorções no setor através da concentração e verticalização da produção.

A maior crise da citricultura foi criada sob o pretexto de queda da demanda mundial do suco de laranja. Porém o fato é que a oferta vem caindo mais do que a demanda, tanto que a maior fabricante mundial de refrigerantes, que desde 2011 tem demonstrado a preocupação com a falta de interesse dos produtores em ampliar os plantios, anunciou o investimento de US$ 2 bilhões no plantio de 10 mil ha de laranjas em parceria outras empresas, na Flórida (EUA).

Outros fatos que desmentem os argumentos da indústria são o aumento do valor do suco de laranja e dos subprodutos, o que propiciou o aumento de 120% no valor de registro das exportações brasileiras de suco de laranja entre 2005 e 2012 e os altos preços recebidos pelos citricultores da Flórida que atingem cerca de R$24/ cx. Os produtores brasileiros não recebem nem R$ 10 pela mesma caixa de laranja.

A conclusão evidente é que as indústrias continuam a impor impunemente o seu poder econômico e de mercado sobre os produtores brasileiros, enquanto apresentam um comportamento completamente diferente na Flórida.

Algumas medidas que serão sugeridas no Manifesto da Laranja dizem respeito à: renegociação de dívidas no formato de securitização; reinserção da laranja na política de preço mínimo e nos leilões de PEPRO com edital que iniba a participação de não-citricultores; apoio para aumentar o percentual de suco de laranja para os néctares, no país; retornada das discussões sobre a inserção do suco de laranja na merenda escolar; redução de impostos; fortalecimento da representatividade dos citricultores independes nas negociações do Consecitrus, entre outras.
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