O ministro da agricultura Antônio Andrade (PMDB) tem recebido duras críticas dos deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) ao sugerir que a própria Câmara Federal apresente soluções na forma de projetos de lei para resolver a demora do governo para liberar agroquímicos para as lavouras. Situação inusitada.

A sugestão do ministro foi dada em resposta a ofício encaminhado pelo presidente da Comissão de Agricultura da Câmara em que o deputado Giacobo (PR-PR) pede agilidade do governo nos processos de registro para liberação de defensivos contra as pragas.

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Enquanto transcorre o impasse em Brasília, culturas de soja, algodão, milho, milheto, entre outras, estão sendo atingidas por lagartas como a helicoverpa, que já causaram prejuízos de R$ 10 bilhões em 2010. Produtores de soja também têm sido prejudicados pela ferrugem asiática, causadora de danos estimados em US$ 2,5 bilhões.

A resposta do ministro demonstra que dificilmente ele atenderá as demandas do setor agrícola. Isso porque a liberação destes registros depende de análise por parte de técnicos da Anvisa e do Ibama. Produtores rurais reclamam que alguns agroquímicos atualmente utilizados estão há mais de quatro anos a espera de aprovação.

Na avaliação do deputado federal Valdir Colatto (PMDB-SC), o Ministério da Agricultura tem dificuldade de decidir sobre a liberação dos agroquímicos porque o grupo técnico que delibera sobre estes produtos é formado por membros da Anvisa, Ibama e Ministério do Meio Ambiente (MMA).

“O Mapa perdeu a sua autonomia e não pode mais liberar o uso de produtos. O ministro da agricultura está sem força para adotar uma medida de estado, que pode salvar a agricultura”, avalia.

Segundo o líder ruralista, Anvisa, Ibama e MMA trabalham contra a agricultura ao impedir que novos produtos sejam usados para evitar perdas causadas por pragas. Ele afirma que a agricultura brasileira vive um impasse.

“Temos produtos que já estão ultrapassados sendo retirados do mercado e por outro lado não temos substituto. Isso significa mais prejuízo para a agricultura brasileira. Deveríamos responsabilizar a Anvisa e o Ibama sobre isso. Ano que vem, se nada for feito, a previsão é de que triplique este prejuízo para o Brasil”, projeta.