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Domingo, 21 de julho de 2024

Notícias | Agricultura

A vez das super hortaliças

Com a rotina acelerada e os compromissos da vida moderna, cada vez mais as pessoas têm menos tempo para cuidar da alimentação. Atentas a essa mudança de padrões e hábitos de consumo dos últimos anos, as empresas de biotecnologia apostam no desenvolvimento de sementes híbridas que aliem alto desempenho e resistência na lavoura com qualidade e praticidade na mesa do consumidor.


Assim, a Nunhems, unidade de sementes e vegetais da Bayer CropScience lança no mercado brasileiro a linha Multileafs, composta por três variedades de mini-alfaces, batizados de MultiBlond 3, MultiGreen 3 e RedFlash, um projeto global da companhia com foco no mercado gourmet. “A linha segue a tendência de alimentos multiprocessados, fáceis de manusear e de consumir, com alta rentabilidade para o produtor”, revela Vinícius Bueno, gerente de vendas da Nunhems.

Depois de quase dez anos de pesquisas e testes, o produto já começa a aparecer nas gôndolas de algumas redes varejistas. Há cerca de oito meses, o produtor de hortaliças Izidoro Callamari Neto, da região de Atibaia (SP), cultiva o produto em sua chácara e está satisfeito com os resultados obtidos. “Eu estava em busca de um produto com características diferenciadas e depois de procurar por um tempo, testei o Multileafs e gostei dos resultados”, explica o produtor.

Para ele, uma das principais vantagens da variedade é justamente o seu tamanho, o que garante maior produtividade por área, já que é possível fazer o adensamento da produção. “Além disso, as folhas menores são mais atrativas aos olhos do consumidor, especialmente aqueles que consomem saladas em restaurantes self-service, por exemplo”, conta. Atualmente, Neto vende sua produção para restaurantes, varejões e redes de supermercado da região de Atibaia.

Ele explica que o tempo de manejo é praticamente o mesmo, se comparado com a alface convencional. Segundo a Bayer, a produtividade média por hectare da hortaliça chega a ser 50% superior ao cultivo tradicional, o que garante ganho de escala ao produtor. No varejo, a durabilidade das Multileafs se sobressai, segundo Neto. “Sob condições adequadas de refrigeração, ela chega a durar 15 dias, reduzindo as perdas”, revela. Já na mesa, uma das vantagens do produto é que um único corte na base do talhão é capaz de soltar todas as folhas sem necessidade de arrancá-las uma a uma, o que facilita a higienização.

Custo-benefício

Carlos Kross e a esposa são clientes de Neto. Donos de um restaurante self-service em Atibaia, o casal adquire as variedades de mini alfaces cultivadas pelo produtor semanalmente. O empresário explica que apesar do custo ser um pouco superior às alfaces convencionais, as vantagens do produto compensam. “Ela tem uma aparência muito boa, as folhas são sempre novas, com maciez e qualidade. Até o sabor é diferente”, avalia Kross. Ele também aponta a higiene do produto como um diferencial, já que as plantas, resistentes a algumas doenças, são entregues mais limpas e uniformes. “O manuseio é fácil e rápido, o que gera economia de mão-de-obra e de tempo”.

Para que tudo isso chegue até o prato dos clientes, Kross conta que no início, identificava as mini alfaces com plaquinhas junto ao buffet, para que os consumidores soubessem mais sobre o produto. “Não adianta investir em produtos diferenciados, de melhor qualidade, se o cliente não souber disso”, diz. Para ele, conforme a tecnologia for ganhando escala e a demanda crescer, a tendência é de que os preços diminuam. “Toda novidade custa mais cara, mas o custo benefício compensa, até porque a durabilidade é maior”, conta.

Na opinião de Neto, falta uma estratégia de produtores e varejo para posicionar o produto de forma diferenciada, a fim de esclarecer o consumidor sobre as suas vantagens e consequentemente sobre o valor, que costuma ser um pouco acima dos produtos convencionais. “Isso passa também por investimento em marca e embalagens, algo que eu não penso em fazer, ao menos enquanto não houver demanda em maior escala”, pondera.

Os campeões

Desde fevereiro, a Bayer também disponibiliza para o mercado agrícola as sementes de três variedades de tomates híbridos, batizados de Tarantely, Zurich e Minotauro. Com características genéticas que conferem maior durabilidade ao produto, mais resistência e coloração intensa, a linha de tomates também foi concebida para ser resistente a algumas doenças que preocupam os agricultores. É o caso da variedade Tarantely, resistente ao geminivírus TY e do Minotauro, cujo nome de batismo, igual ao de um campeão do UFC, remete à sua resistência ao vírus fusarium raça 3, que ataca lavouras nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

A pesquisa e o desenvolvimento dos híbridos foram feitas no Brasil, embora a produção das sementes seja feita pelas unidades da Bayer na Itália, Holanda, Israel e Espanha. “Esses produtos foram desenvolvidos especialmente para a realidade do mercado brasileiro, com suas variações climáticas e doenças”, explica Fabrício Benatti, Gerente Geral da Nunhems no Brasil.

Segundo ele, para promover o acesso a informação sobre as novas tecnologias, a companhia já realizou mais de 300 dias de campo em várias regiões produtoras do país, a fim de apresentar o produto, os resultados dos testes e também as vantagens do cultivo de tais variedades.

Um dos principais resultados dos tomates está na maior produtividade por hectare. “Temos verificado entre 400 e 500 caixas por hectare, enquanto a média nacional fica abaixo de 400 caixas”, calcula Benatti.

“Os investimentos da Bayer em inovação sempre foram constantes, mas temos buscado responder aos anseios do consumidor brasileiro, especialmente da classe média, cada vez mais exigente e em busca de produtos com qualidade”, revela Benatti.


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