A falta de recursos financeiros e humanos, aliados a falta de pesquisas na área fez com que o presidente da Sociedade Brasileira de Nematologia, Ricardo Moreira de Sousa, declarasse à reportagem do Agro Olhar nesta quarta-feira (21), durante o 31º Congresso Brasileiro de Nematologia, “que a grande mensagem que o evento tem para passar é que o Governo Federal precisa, com urgência, mudar sua abordagem a respeito da produção científica e investir na aera”.

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O Congresso começou nesta terça-feira (20) no Cenarium Rural e vai até amanhã (22). Na programação, quatro mesas redondas, sete palestras com pesquisadores nacionais e estrangeiros, dois mini-cursos e apresentações de 200 trabalhos científicos produzidos por estudantes universitários, que concorrem a uma premiação. Três terão seus trabalhos laureados pela excelência.

O Congresso, que tomou corpo por meio destas atividades promovidas durante o evento, objetiva, dentre outras coisas, levar ao conhecimento não só do público alvo – produtores e estudantes de agronomia e matérias afins, mas do público em geral, o que são os nematóides.

“Vermes de corpo cilíndrico, geralmente esguios e alongados, afilando-se de modo gradual ou abrupto nas extremidades anterior e posterior. Há importantes exceções, em que as fêmeas tornam-se "obesas", com forma aberrante, lembrando um limão, uma maçã, um rim ou apresentando outra conformação”, define a literatura especializada.

Os nematóides são divididos entre os que vivem no solo e nas águas, ditos de vida livre (comedores de algas, fungos, bactérias), os que se especializaram em parasitar as plantas, ocorrendo principalmente associados às raízes destas, e os de parasitismo de animais, vertebrados ou invertebrados, conhecidos popularmente como ‘lombrigas’.

Vivem em quaisquer ambientes/ecossistemas onde exista água, sendo no geral sensíveis a fortes estresses hídricos. Algumas espécies, no entanto, desenvolveram a habilidade de suportar ambientes com baixa umidade por meses ou anos, como o interior de sementes de plantas mantidas armazenadas.

Ocorrem na água salgada, na água doce, no vinagre, no solo, em órgãos vegetais (raízes, tubérculos, caule, folhas, sementes) e tecidos de diferentes tipos de animais. Temperaturas muito baixas ou excessivamente altas também podem afetá-los negativamente, causando-lhes redução na atividade e/ou morte.

“São parte do ciclo da vida e atuam em ‘parceria com fungos e bactérias na decomposição de organismos como plantas, frutas, animais e etc”, explica Souza.

SBN
A Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN) promove o evento nacional onde são divulgados temas relevantes para a agricultura brasileira. Além disso, esse evento proporciona intercâmbio de informações entre pesquisadores, professores, estudantes de graduação e pós-graduação, produtores e técnicos de empresas públicas e privadas ligados ao setor agrícola.

A SBN é uma sociedade científica sem fins lucrativos, que contribui para a divulgação dos conhecimentos sobre nematoides parasitas de plantas, entomopatogênicos e de vida livre. A SBN congrega profissionais voltados para o desenvolvimento da nematologia no Brasil e edita, periodicamente, a revista Nematologia Brasileira.