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Domingo, 21 de julho de 2024

Notícias | Agricultura

Baixo preço é foco da reunião de 50 anos da Organização Internacional do Café

O baixo preço do café, consequência do excesso de capacidade produtiva segundo a Organização Internacional do Café (OIC), dominou o encontro iniciado nesta segunda-feira que celebra 50 anos de existência da entidade.


Durante a reunião, que vai até quinta-feira em Minas Gerais, estado que mais produz o grão no país, os 73 países-membros da OIC analisarão medidas para solucionar alguns dos problemas enfrentados pelo setor cafeicultor.

O diretor-executivo da OIC, Roberio Silva, disse que a organização vai dar especial atenção ao baixo preço do grão, atribuído ao excesso de capacidade de produção.

"O principal desafio é combater a volatilidade dos preços e evitar que surjam as condições para uma nova crise do café, como a da virada do século XIX", disse Silva após a abertura da Semana Internacional do Café, evento que engloba a reunião da OIC e a feira internacional "Espaço Café Brasil".

O diretor enfatizou que o mercado mundial de café se caracteriza por um "alto grau de volatilidade e por imperfeições e assimetrias", que serão avaliadas por analistas e institutos de pesquisa nesta semana em Belo Horizonte.

No Brasil, maior produtor e exportador mundial de café, os preços de venda do grão caíram 24% no último ano nas principais regiões produtoras, e ficaram abaixo do preço de produção, segundo os dados de agosto da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Silva disse que o aumento das despesas para controlar a devastadora praga da ferrugem do café, fungo que afeta principalmente os países da América Central, indica maior instabilidade da produção nos próximos anos.

Após a abertura da Semana Internacional do Café, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, garantiu aos jornalistas que o Brasil estuda a possibilidade de permitir importação de café de outros países, como a Colômbia, para melhorar suas misturas de torrefação.

Desta maneira o país responderia à demanda dos produtores para abrir novos mercados no exterior.

"O setor industrial cafeicultor entende que seria interessante autorizar as importações para permitir misturas e exportá-las a outros países", explicou Silvio Porto, diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O diretor também apresentou dados da produção de café brasileira em 2013.

Segundo as previsões oficiais, o país colherá este ano 47,45 milhões de sacas (de 60 quilos), redução de 6,46% em relação a 2012 (50,83 milhões de sacas), queda atribuída ao tradicional ciclo bienal do café, em que um ano de alta produção sempre é seguido por um de baixa.

Apesar da redução, este é um bom dado, já que a colheita de 2013 será a maior registrada em um ano de baixa no ciclo bienal.

É a primeira vez que a OIC realiza uma reunião no Brasil, normalmente feita em Londres, sede da organização.

A abertura da Semana Internacional do Café foi pontuada pelo protesto de um pequeno grupo do Sindicato Nacional de Fiscais Agropecuários, que pedem que a fiscalização da produção cafeeira do país seja baseada em aspectos técnicos e não "políticos".

Carlos Castro, membro do sindicato, explicou que deixar de realizar uma fiscalização técnica dos cultivos seria "um risco para os campos de café, para a produção, a qualidade e a exportação".
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