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Sábado, 27 de abril de 2024

Notícias | Agronegócio

Novo terminal da Ferronorte em Itiquira não escapa de gargalos

Com quatro meses de funcionamento, o Terminal Itiquira – instalado em plena zona rural do município de mesmo nome, no Sudeste de Mato Grosso, para o transbordo de grãos de caminhões para vagões de trem – se transformou em termômetro da necessidade de investimentos em logística na região. A exportação do milho colhido no último inverno mantém a estrutura ocupada 24 horas por dia e, quando há qualquer interrupção do transporte ferroviário, centenas de carretas lotam o estacionamento (com capacidade para 500 cargueiros) e ainda fazem fila na rodovia MT-299, também recém-construída.

O projeto tem o objetivo de atender apenas a região, mas recebe grãos inclusive do Norte do estado, apurou a Expedição Safra Gazeta do Povo. Os outros três terminais intermodais disponíveis – Alto Araguaia (MT), Alto Taquari (MT) e Chapadão do Sul (MS) – também enfrentam sobrecarga. A expectativa é que uma nova estrutura em construção em Rondonópolis (MT) alivie o quadro.

Victor Goltz, gerente de Operações do Terminal Itiquira, revela que o modal pretende atender a um raio de 250 quilômetros. O limite de carregamento, por enquanto, é a própria capacidade da ferrovia, que leva a produção para o Porto de Santos (SP), relata.

Instalações que permitem aos caminhoneiros descansar, assistir à televisão ou simplesmente banho sem filas também elevam a demanda do Terminal Itiquira. “Prefiro ficar três dias esperando aqui do que um dia em Alto Araguaia. As condições são muito precárias nos outros terminais”, explica o caminhoneiro Rodrigo Rigo. “Essa estrutura precisa servir de modelo”, exalta. Por outro lado, a espera incomoda transportadores como César Ferronato. Atualmente, o risco é de os caminhoneiros ficarem dois dias na fila. Quando o carregamento de trem é normal, relatam que o tempo se resume a duas horas.

Os gestores do terminal informam que a média é de 8 a 10 horas de espera para descarga. “Esperamos movimentar 1,2 milhão de toneladas ainda neste ano e 2,5 milhões no ano que vem”, relata Goltz.

O Terminal Itiquira foi construído com investimento de R$ 25 milhões do Grupo Seara, de Sertanópolis (PR). Presta serviço de carregamento de vagões para a concessionária ALL e exportadores de grãos via Santos (SP). Em relação ao transporte rodoviário, permite redução de 15% no preço do frete, para R$ 125 por tonelada. Ainda está em estruturação e deve contar com um terceiro armazém – um novo pulmão de embarque – a partir da próxima safra.
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