A Sinograin - Corporação de Reserva de Grãos da China - divulgou uma nota nesta quarta-feira (7) informando que a continuidade das importações de soja nos próximos cinco anos poderia avançar em um ritmo mais lento.

A expectativa de Chen Xuecong, vice-diretor da entidade, é de que as compras do país asiático, que é atualmente o maior importador global da oleaginosa, tenham um aumento de 3 a 4 milhões de toneladas por ano até 2017, crescendo anualmente cerca de 5 a 6%. Entretanto, nos últimos anos, esse incremento das importações chinesas foram superiores a 10%.

Ainda de acordo com Chen, a demanda do país por ração pode ter uma alta e 4 a 5% que, se confirmando, seria menor do que o registrado nos últimos cinco anos. A projeção da Sinograin é de que a procura por farelo e óleos comestíveis também seja menor.

Nos primeiros nove meses de 2012, a China já importou 44,3 milhões de toneladas de soja, volume que representa um aumento de 18% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Já as compras feitas em 2011 foram apenas 3,9% menores do que as realizadas em 2010.

Na próxima sexta-feira (9), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga seu novo relatório de oferta e demanda e pode revisar seus números também para as importações de soja da China. Segundo analistas, as informações sobre a demanda neste novo boletim serão muito importantes para ajudar o mercado de grãos em Chicago a adotar uma direção mais consolidada.

"Acredito que as principais mudanças (para este relatório) que possam acontecer devem estar do lado da demanda, principalmente se a China vai continuar ou não com um ritmo forte de consumo. Aparentemente, olhamos para as exportações norte-americanas e nós podemos ver que a China está um pouco mais lenta, um pouco mais travada", disse o diretor da Céleres Consultoria Anderson Galvão, em entrevista ao Notícias Agrícolas.