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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Educação Financeira

Projeto desenvolvido pelo Sicredi auxilia na organização de finanças

Foto: Reprodução

Projeto desenvolvido pelo Sicredi auxilia na organização de finanças
Crise econômica, desemprego, redução na renda e prioridades no consumo fizeram com que os brasileiros repensassem as finanças pessoais. Se antes do problema, em 2013, os trabalhadores estavam empregados, tinham acesso fácil e tomavam crédito para comprar, hoje o cenário é o oposto e obrigou a um exercício que muitas famílias ainda não faziam: o da educação financeira. Para auxiliar os associados e a comunidade nesse processo, o Sicredi na região Centro Norte mantém um projeto que incentiva a organização das finanças, composto por quatro órgãos reguladores do mercado financeiro, entre eles o Banco Central.

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Os efeitos negativos da crise são percebidos em números. Dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do SPC Brasil mostram que em setembro o número de devedores que não conseguiu pagar as contas somou 62,4 milhões no país, o que corresponde a 40,6% da população adulta. O contingente supera em 3,9% a quantidade de pessoas nesta situação no mesmo mês de 2017. A inadimplência causa a restrição do CPF da pessoa e a impossibilita de fazer novas compras a crédito e contrair novos financiamentos.

Com a intenção de fortalecer a educação financeira, a Central Sicredi Centro Norte iniciou no ano passado um projeto de Educação Financeira que disponibiliza um curso gratuito sobre o tema. A execução foi dividida em duas fases. A primeira teve como público alvo os colaboradores da instituição financeira cooperativa, cuja formação atingiu 90% do quadro, e a segunda tem como público toda a comunidade. Desde setembro do ano passado, quando foi lançado, cerca de mil pessoas fizeram o cadastro e estão fazendo ou já concluíram o curso.

“A ferramenta ajuda as pessoas que estão endividadas e querem sair do vermelho; aquelas que já se planejam, têm poupança, mas desejam iniciar outras aplicações financeiras. E para aquelas que perceberam que estão gastando mais do que recebem há um módulo no curso que mostra como organizar o orçamento familiar e fazer um planejamento”, afirma o diretor executivo da Central Sicredi Centro Norte, Seneri Paludo.

Ele acrescenta que a partir dessa iniciativa, a instituição financeira cooperativa poderá medir o impacto dessa ação nos negócios como a taxa de inadimplência, que tende ser ainda menor com associados mais organizados financeiramente; o incremento na poupança, que ajuda a fomentar o crédito rural, entre outros indicadores que mostrarão como a educação financeira reflete de forma positiva na vida das pessoas.

O curso é composto por cinco módulos com os temas: Relação com o dinheiro, Análise da situação financeira atual, Crédito e consumo consciente, Poupar e investir, e Planejamento financeiro. O conteúdo foi preparado pela Lund Finanças com exclusividade para a instituição financeira cooperativa. Para fazer o curso basta acessar o site sicredicursos.lundfinancas.com.br e preencher o cadastro.

Aprender a lidar de forma saudável com o dinheiro foi o objetivo das irmãs Ruth e Noemi Guimarães da Silva Soares, de 20 e 22 anos, respectivamente, ao fazer o curso de Educação Financeira oferecido pelo Sicredi. São estudantes universitárias e já concluíram os cinco módulos. Ruth relata que a partir do curso passou a prestar mais atenção aos gastos e tomou consciência da necessidade de fazer planejamento e poupar. “Pretendo colocar em prática muita coisa do que aprendi no curso, especialmente traçar metas e trabalhar para conquistá-las. Percebemos que para conquistar o que desejamos basta mudar alguns hábitos e traçar prioridades”.

Já a colaboradora do Sicredi Graciele Dinara Becker, 31, comenta que por trabalhar no sistema financeiro sempre tem acesso a cursos e treinamentos focados nas finanças pessoais. Ela ressalta que isso é importante para que o colaborador saiba o que fazer na vida pessoal e tenha conhecimento na hora de indicar uma solução financeira ao associado. “Antes de trabalhar em instituição financeira tive umas experiências ruins nas finanças e depois, quando comecei a atuar na área e ter acesso a informações e ferramentas que nos auxiliam a ter disciplina consegui me organizar e obter várias conquistas. E agora, o Sicredi oferece isso aos seus colaboradores e toda a comunidade, uma oportunidade para ter contato com essa lição que  muitas vezes não é ensinada nas escolas”.

No caso de Graciele, o primeiro passo dado para a organização das finanças pessoais foi a elaboração de planilhas para organizar as receitas e as despesas. “Passei a ter um controle mais rigoroso do orçamento”. Com isso, já conquistou o sonho do automóvel próprio e está se planejando para estudar inglês e fazer uma viagem de intercâmbio.

A iniciativa e o reconhecimento

Na primeira fase, o curso de Educação Financeira oferecido pelo Sicredi atendeu os colaboradores da Central Sicredi Centro Norte. Depois, na Semana Nacional de Educação Financeira (Semana Enef) – de 14 a 20 de maio -, o projeto foi estendido a toda a comunidade. A iniciativa está alinhada à Estratégia Nacional de Educação Financeira, instituída por decreto presidencial com o objetivo de promover a educação financeira e previdenciária, aumentar a capacidade do cidadão para realizar escolhas conscientes sobre a administração dos seus recursos, e contribuir para a eficiência e a solidez dos mercados financeiro, de capitais, de seguros, de previdência e de capitalização.

Para tanto foi criado o criado o Comitê Nacional de Educação Finceira (Conef), composto por quatro órgãos reguladores do mercado financeiro (Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários – CVM –, Superintendência de Seguros Privados –Susep -, e Superintendência Nacional de Previdência Complementar – Previc -; além de ministérios do governo federal e representantes da sociedade civil.

As iniciativas inscritas na Semana Enef podem se cadastrar para receber o Selo ENEF, que foi conquistado pelo Sicredi este ano, no 2º ano do Selo. Ao aprovar as iniciativas, o Conef reconhece que estas fortalecem os objetivos da estratégia nacional e assim recebem o direito de aplicação do Selo Enef nas mesmas. “Esse reconhecimento mostra que o Sicredi está cumprindo sua missão que é contribuir com a melhora na qualidade de vida dos associados das regiões onde atua. O Banco Central tem levado muito às instituições financeiras a importância de cuidar das finanças dos clientes e no caso do Sicredi, dos associados”, ressalta Paludo.
 
Com o Selo Enef, o Banco Central reconhece que nas cooperativas de crédito o principal capital são as pessoas. “E ao ajudá-las a lidar com o dinheiro cumprimos nossa missão como sistema cooperativo, que é valorizar o relacionamento, oferecer soluções financeiras para agregar renda e contribuir para a melhora da qualidade de vida dos associados e da sociedade”, conclui o diretor executivo.  
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