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Domingo, 28 de abril de 2024

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LIDERANÇA E CARREIRA

Mudança de carreira profissional: que música você prefere?

Foto: Arquivo Pessoal

Mudança de carreira profissional: que música você prefere?
Quando pensamos em carreira profissional frequentemente imaginamos uma escada que devemos subir passo a passo para chegar ao topo. Mas será mesmo que a vida profissional deve ser tão linear e gradual?

Esta semana começo uma nova série de artigos focando em carreira profissional. Antes de mergulhar no assunto, tenho uma pergunta para você:
 
Está feliz com sua carreira?
 
Recentemente estive conversando com uma colega que me contou o seguinte: não gosta do que faz. Está em seu emprego há mais de dez anos, foi promovida a gerente, o salário é bom, mas sente que a área de saúde em que trabalha não é o que ela realmente gostaria de fazer. Aprecia muito mais a área de treinamento e preferiria mudar para recursos humanos. Não tem experiência em RH, mas tem feito cursos online e se candidatado a vários empregos. Sem sucesso. Está deprimida. Gostaria que eu a aconselhasse. Como fazer essa transição?
 
Escadaria ou treliça: Que imagem você associa à sua carreira profissional?
 
Minha colega tem uma visão clara para a sua carreira. Ela crê que sucesso profissional significa a ascensão vertical linear, gradual e constante. A possibilidade de descer alguns degraus, caminhar para outra escada, e recomeçar degraus abaixo de onde ela se encontra, não a agrada. Há perdas. O salário em RH em cargos que não exigem experiência é muito menor do que minha colega ganha agora, como gerente em saúde com mais de dez anos de casa. Seu sonho é mudar de carreira, mantendo ou aumentando a sua remuneração. E aí está a raiz do problema. Quando minha colega submete seu currículo para cargos iniciais de RH, ela pede um salário muito acima do que o mercado de trabalho paga para a função e acaba sendo desclassificada.
 
Há saída para este impasse?
 
Há várias saídas. Vou descrever três. Dizem que três dá sorte.
 
1 – Saída Gilberto Gil: “Andar com fé eu vou, que a fé não costuma faiar...” No estilo Gil, minha colega pode tomar a decisão de mudar para RH, preparar-se o melhor possível para a mudança (cursos, networking), e aceitar um emprego com salário menor, com fé na possibilidade de crescer rápido e recuperar ou ultrapassar seu atual nível de remuneração. Ela traz outras habilidades que podem fazer uma diferença muito positiva em sua nova carreira. Por exemplo, ela tem muitos conhecimentos em saúde pública. Se ela se candidatar para uma função em RH numa organização na área de saúde, ela terá a vantagem de já entender o campo. Ela também tem experiência como chefe de equipe e entende de como contratar e gerenciar pessoas. Assim que obtiver um pouco de experiência prática na nova área, poderá buscar um cargo de gerência.
 
2 – Saída Renato Teixeira e Almir Sater: “Penso que cumprir a vida seja simplesmente compreender a marcha e ir tocando em frente...” Ao invés de mudar de ramo, minha colega pode dar uma parada, refletir a apreciar o lado bom da sua carreira e abraçá-la com ainda mais amor. Na inspiração Almir e Renato, ela já conhece “as manhas e as manhãs”. Falta “o sabor das massas e das maçãs”. Há sempre muito a aprender em qualquer carreira. Olhando para os seus sucessos, os bons relacionamentos que construiu até aqui, o impacto positivo que ela pode ter na vida das pessoas como profissional de saúde, ela pode revigorar seu interesse pela área e focar em continuar crescendo dentro da mesma trajetória.
 
3 – Saída Marisa Monte: “Calma, que eu já tô pensando no futuro, que eu já tô driblando a madrugada...” Outra saída é desacelerar um pouco e preparar-se melhor para fazer uma mudança com mais chances de manutenção de poder aquisitivo e prestígio. Minha colega pode estudar vagas em RH em nível de gerência e identificar que experiências e habilidades ela precisa ter para ter melhores chances de ser selecionada. Com esse conhecimento em mente, ela pode criar um plano de transição incluindo várias atividades destinadas a desenvolver as experiências e habilidades necessárias nos tipos de cargos que ela almeja. Por exemplo, ela pode continuar a fazer cursos, mas optar por algo com mais peso, tais como uma especialização ou mestrado.
Ela pode conversar com a liderança do seu departamento e tentar incorporar aspectos de RH no seu dia-a-dia como gerente tais como participar na socialização de novos funcionários, colaborar com RH em recrutamento e seleção e outras iniciativas para melhorar a cultura organizacional. Com isso ela pode atualizar o seu perfil no LinkedIn com essas experiências e começar a aparecer em buscas conduzidas por recrutadores para cargos de RH.
 
E então? Qual saída (ou música) você escolheria?
 
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Beatriz Coningham é doutora em Desenvolvimento de Recursos Humanos pela George Washington University em Washington, D.C., e presidente da empresa de consultoria Habilis Global.
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