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Notícias / Agronegócio

Rolha é o produto mais famoso feito com a cortiça, extraída do sobreiro

Globo Rural

A rolha é o produto mais famoso feito com a casca do sobreiro. A cortiça, por suas qualidades físicas – de flexibilidade, elasticidade, densidade e, principalmente como isolante térmico e acústico – tem aplicação em muitos produtos – desde aviões e barcos até armamento e equipamentos da Nasa.

Os portugueses dizem que a cortiça é o petróleo da pátria. Raul Vale, relações públicas de uma empresa produtora de rolhas, explica a importância da espessura da cortiça. “Isso é importante até pelo tamanho das rolhas que nós vamos fazer. Mas o mais importante tem a ver com a porosidade. Quanto menos poros e rasgos tiver a cortiça, melhor o produto final”.

Depois de seca, a cortiça passa por um processo de cozedura para limpá-la de impurezas e para que ela volte ao índice de umidade original. A partir disso ela está pronta pra fazer seu principal produto, a rolha.

Nas fábricas, as placas de cortiça são cortadas em tiras. Em uma máquina, é feita a "brocagem", primeira das várias operações, todas elas automáticas.

Existem vários tipos de rolha, desde a castiça ou natural, com pura cortiça – usada para os vinhos de guarda, aqueles que vão ficar muito tempo na garrafa – até as chamadas "rolhas técnicas", feitas com aglomerado de cortiça e outros materiais. Rolha de champanha – espumantes em geral – é diferente, porque tem um pescocinho que vai dar o gosto do papôco.

Isabel Maria Allegro é quimica e diretora de uma instalação. “Uma boa rolha é uma rolha visualmente perfeita, como uma mulher bonita. E que, principalmente, é capaz de não alterar o vinho”, diz a especialista. O terror de todo produtor de vinho é o chamado gosto de rolha, um defeito que põe a perder a melhor bebida.

Portugal é o principal produtor mundial de rolhas, coisa de 44 milhões de unidades por dia. Muito para a exportação, mas boa parte fica por lá, para abastecer as vinícolas do país.
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