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Notícias / Meio Ambiente

Geadas na Argentina agravam condição de lavouras de trigo

Agência Estado

A condição das lavouras de trigo na Argentina pioraram nos últimos dias, com o registro de geadas em regiões produtoras já afetadas pela estiagem. 'As condições climáticas complicam o estado do cultivo em grande parte do território nacional, e diante disso há resistência em fechar vendas de trigo com qualidade, especialmente depois da experiência do ano passado', disse a analista Emilce Terré, da Bolsa de Cereais de Rosario, em relatório.

O analista Adrián Seltzer, da consultoria Granar, explicou que nas regiões afetadas pela estiagem prolongada, como o oeste de Buenos Aires, La Pampa, Santa Fé, Córdoba e Entre Rios e o norte, em províncias como Salta e Jujuy, as geadas castigaram ainda mais as lavouras.

Na principal área produtora, sul de Buenos Aires e La Pampa, as geadas não provocaram danos às lavouras, que seguem se desenvolvendo bem. 'As baixas temperaturas têm afetado especialmente o trigo semeado mais tarde, devido a sua fase de desenvolvimento', disse Seltzer. Mas por conta do comprometimento das demais áreas, a estimativa de produção de 12 milhões de toneladas, segundo ele, foi revisada para baixo. Neste momento, já se considera uma safra de 9,5 milhões de toneladas a 10 milhões de toneladas de trigo. 'Estamos numa etapa de definição do rendimento em condições adversas e isso requer um pouco mais de tempo para saber como será o desenvolvimento deste processo', afirmou. 'Há dias que não há cotações; os vendedores estão inquietos e nervosos à espera para ver como termina, mas precisamos de chuvas abundantes e isso não está previsto', destacou.

Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o secretário de Agricultura e vice-ministro, Lorenzo Basso, reconheceu que 'a estiagem está mudando o cenário do trigo da nova safra'. 'Sabemos que vai prejudicar o cultivo, mas não arriscaria dizer quanto.' Ele afirmou que é preciso esperar até dezembro, quando começa a colheita, para ter uma ideia melhor da produção.

'Na safra passada diziam que teríamos uma perda enorme no milho e terminamos com colheita recorde. Agora também estão dizendo que a perda será grande no trigo, mas não sabemos ainda se isso se confirmará', disse Basso.
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