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Produção de café da Costa Rica se encaminha para tornar carbono neutralizado

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Em meio às dificuldades enfrentadas pelo ataque de ferrugem do café às plantações e a diminuição nos preços internacionais do grão, os cafeicultores de Costa Rica não cedem diante das adversidades e buscam com toda a seriedade as mudanças que devem ser realizadas em seu processo produtivo em para alcançar a certificação de carbono neutro.

Isso foi informado pela ministra da Agricultura e Pecuária (MAG) da Costa Rica, Gloria Abraham Peralta, em celebração do Dia Nacional do Café, realizada na sede do MAG em Sabana Sur e que contou com a participação do vice-presidente da República, Luis Liberman, e representantes do Instituto de Café da Costa Rica (ICAFE).

“O café é parte da cultura costarriquense. Porém, nossos cafeicultores também estão de olho no futuro, porque perceberam que os mercados valorizam a conservação e aprenderam que isso lhes fornece bons preços”, disse Liberman, que aproveitou para estimulá-los a continuar os esforços de renovação dos cafezais para recuperar a produtividade.

“De maneira combinada, estamos trabalhando no setor uma proposta para desenvolver uma série de Ações Nacionalmente Apropriadas (NAMAs, da sigla em inglês), que permita a certificação de nossa cafeicultura como carbono neutra, em concordância com a Estratégia Nacional de Mudança Climática, o Programa País de Carbono Neutralidade, assim como a Política de Estado para o Setor Agroalimentar até 2021”.

A ministra anunciou, então, um programa dirigido às empresas dedicadas a beneficiar café, as quais concursarão por recursos externos e acompanhamento técnico de parte das entidades nacionais, para alcançar a certificação de carbono neutralidade. Serão cinco benefícios aos selecionados em um processo que inicia em 11 de outubro próximo, com uma capacitação que será feita no Centro de Pesquisas em Café (CICAFE), localizado em San Pedro de Barva de Heredia.

Entre outras ações, o NAMA Café propõe a redução e o uso mais eficiente de fertilizantes nitrogenados; o uso e o tratamento eficiente de água e energia no processamento do grão e um programa de fomento de sistemas agroflorestais para captura e retenção de carbono e reduzir os requerimentos de fertilizantes sintéticos.

“Nossos cafeicultores têm nos ensinado a maneira de se destacar nos mercados, optando pela diferenciação de qualidade. Agora, assumem com toda a seriedade seu compromisso com o ambiente e a atividade que antes impactava de maneira negativa, hoje se converteu em um exemplo de como podemos produzir sem afetar o meio que nos rodeia e nos converter em um exemplo que temos orgulho diante do mundo”.

Por outro lado, o vice-diretor do ICAFE, Edgar Rojas, agradeceu ao governo pelo apoio recebido no combate à ferrugem do café. “Em nome de todos os produtores de café, agradeço profundamente o compromisso e o apoio a esse importante setor produtivo que durante esse ano enfrentou uma situação de crise pela ferrugem”.
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