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Notícias / Agricultura

Excedente global de açúcar deve ser de 5,4 mi de t, estima Rabobank

Agência Estado

  A oferta global de açúcar deve apresentar excedente de cerca de 5,4 milhões de toneladas na safra 2013/14, que se encerrará em setembro do ano que vem. Será a quarta temporada consecutiva de superávit da oferta em relação à demanda, informa o Rabobank em seu mais recente relatório sobre o setor.

O banco acrescenta que o crescimento da produção eleva os estoques mundiais, limitando a possibilidade de alta nas cotações do produto no início de 2014. O Rabobank alerta, ainda, para o câmbio, que se mostrou volátil no terceiro trimestre deste ano, como resultado principalmente da esperada ação do Federal Reserve (FED, banco central do Estados Unidos) de eliminar progressivamente sua política de estímulo, pressionando commodities cotadas em dólar.
De acordo com a consultoria Datagro, especializada no setor sucroalcooleiro, o excedente global de açúcar ao fim da temporada 2013/14 deve ficar em 3,06 milhões de toneladas. No ano-safra 2012/13, encerrado no último dia 30 de setembro, a consultoria trabalha com excedente global de 9,5 milhões de toneladas.

A previsão de superávit global de açúcar em 2013/14 do Rabobank é consideravelmente menor do que os 9,9 milhões de toneladas estimados para 2012/13, comentou o analista do banco, Andy Duff. Segundo ele, isso implica maior acúmulo de estoques globais em 2013/14 e um aumento na proporção de estoque em relação ao consumo global. Juntos, esses fatores vão significar que os preços permanecerão sob pressão, avalia.

Regionalmente, a incerteza sobre o nível de produção de açúcar no Centro-Sul do Brasil, maior produtor mundial, tem implicações para o excedente global, especialmente no que se refere à disponibilidade de açúcar exportável no primeiro e segundo trimestres de 2014. Conforme o Rabobank, o clima úmido em outubro e novembro e o fim precoce da colheita de cana-de-açúcar podem levar a uma revisão para baixo nas expectativas de produção e de disponibilidade do produto para exportação.

Em outros países, fortes chuvas podem ter retardado o andamento da colheita de beterraba da Rússia, 'colocando um ponto de interrogação sobre as previsões de produção e necessidade de importação em 2013/14'. Na Índia, a combinação de um aumento gradual do preço internacional do açúcar e uma moeda local (rupia) fraca podem impulsionar as exportações em 2013/14. Na Austrália, a fraqueza continuada da moeda (dólar australiano) deverá continuar a amortecer os retornos dos produtores de cana e usineiros.

Na União Europeia, espera-se a liberalização do mercado de açúcar em 2017. Por enquanto, os produtores europeus estão protegidos por barreiras à importação. O Rabobank estima que a produção de açúcar dos EUA em 2013/14 vai alcançar 7,7 milhões de toneladas, 4,7% menor do que a produção do período anterior, mas a segunda maior produção desde 2003/04. 'Presume-se que o consumo vai aumentar marginalmente e que excedente final poderá alcançar nível histórico de 2 milhões de toneladas', conclui o Rabobank.
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